Tópico: a importância do OBI.

[Alexander dos santos]

Prezado Juliano,

Eu sempre questiono o karatê que eu quero para mim, e sempre que posso e tenho oportunidade, e principalmente, o karatê que passo para meu filho, é o karatê que eu quero pra mim...

O karatê que eu quero pra mim, é um karatê que tem arte marcial, tem DO, tem leveza, suavidade, vigor, rigidez, fundamento, teoria, prática...

Quanto a espiritualidade, eu não busco no karatê (não vou entrar em méritos). E acho que não devemos buscar espiritualidade no karatê... Isso porque EU (não estou falando em verdades), não vejo caminho espiritual no karatê... respeito quem tem essa visão, mas eu não tenho, e por não buscar algo que não vejo no karatê, eu sinto que o karatê que eu treino, é completo (para mim)...

Daí, eu fecho meu post, concordando em todas as dimensões com o sensei Pedro! O seu karatê tem que ser completo pra vc... sincero contigo e com os que vc ensina...

Se o karatê que vc ensina é sincero, e vc ensina com amor (papo doido, mas é assim que eu vejo), então o karatê que vc ensina será completo e enriquecerá e agregará valor na vida de cada um desses jovens que vc ajuda em seu trabalho...

Um abraço, fique com Deus, e não esquece de dar uma olhada nas suas MPs...rsrsrs

[Pedro]

Olá!
É isso mesmo Alexander,porém sem tambem entrar no mérito,
acho que em tudo na vida Vc. tem que por espiritualidade.
Seja no Karate, seja na sua profissão ou em simples lazer, pois quando falo em por espiritualidade , falo como sinonimo de seu eu, seu instinto e com isso a sua energia liberada, intensa porém contida, só para Vc..
Isso é o espelho da sua alma, que não mente, não engana, só mostra a verdade.
Oss
Pedro

[Carlos_Alberto]

Olá!

Ainda sou muito novo aqui no forum e mais novo ainda dentro do karate. Mas tenho um tempinho percorrendo o caminho das artes marciais e queria dizer que seu post me comoveu muito sensei Pedro.

Nessa jornada já vi de tudo um pouco. Pessoas que se deixam tomar pela soberba da cor da faixa não aceitando conselhos de menos graduados (mesmo que os conselhos sejam excelentes), pessoas que ganharam a faixa no jeitinho brasileiro etc. Me indignava com o fato de que as faixas serviam mais para manter alunos na academia como um sistema de estimulo e reforço. Não importava aquisição de conhecimento e filosofia, mas apenas repetições automáticas de movimentos e rotinas para passar no exame.

Mas o que queria dizer, não demorando muito, é que o texto do senhor me fez parar para pensar novamente na importancia da faixa. E há tempos já não me importo com o que acontece ao meu redor, é como o senhor disse tb, pratique a arte pura, com convicção, com amor e quem quiser irá segui-lo.

Muito obrigado, inicio minha jornada no Karate com uma convicção renovada e buscando mais o equilibrio.

OSS!!

PS:é qnd leio esses posts que sinto que achei uma arte que irá me completar. Desculpem por me delongar!!

[Pedro]

Olá!
 Caro Carlos Alberto, fico muito orgulhoso em ter meu post encontrado
 resposta tão gentil e compreensiva.
Grato pela menção, porém não sou o autor isolado desse texto, apenas
postei meu sentimento que ao longo dos anos tive o privilégio, e ainda tenho, em aprender com Senseis e Sempais do nivel de Akamine do Goju ( in memorian), Tomeiji Ito (in memorian), Taketo Okuda, Ennio Vezzuli e Carlos Rocha.
Meu caminho se inicia a cada dia de treino, até meu ultimo dia.
Oss
Pedro

[igorlobo]

Olá!

Ainda sou muito novo aqui no forum e mais novo ainda dentro do karate. Mas tenho um tempinho percorrendo o caminho das artes marciais e queria dizer que seu post me comoveu muito sensei Pedro.

Nessa jornada já vi de tudo um pouco. Pessoas que se deixam tomar pela soberba da cor da faixa não aceitando conselhos de menos graduados (mesmo que os conselhos sejam excelentes), pessoas que ganharam a faixa no jeitinho brasileiro etc. Me indignava com o fato de que as faixas serviam mais para manter alunos na academia como um sistema de estimulo e reforço. Não importava aquisição de conhecimento e filosofia, mas apenas repetições automáticas de movimentos e rotinas para passar no exame.

Mas o que queria dizer, não demorando muito, é que o texto do senhor me fez parar para pensar novamente na importancia da faixa. E há tempos já não me importo com o que acontece ao meu redor, é como o senhor disse tb, pratique a arte pura, com convicção, com amor e quem quiser irá segui-lo.

Muito obrigado, inicio minha jornada no Karate com uma convicção renovada e buscando mais o equilibrio.

OSS!!

PS:é qnd leio esses posts que sinto que achei uma arte que irá me completar. Desculpem por me delongar!!

Concordo com as palavras do colega. Falando no obi, eu li em algum lugar que falava um pouco sobre sua representação simbólica. Como não lembro muito bem o que falava sobre cada cor, falarei somente sobre as cores branca e preta: a cor branca representa o vazio; no início, o karateka não tem conhecimentos do karatê, está vazia. Quando chega à preta, o karateka possui muitos conhecimentos e técnicas, deixando sua mente cheia. Porém, à medida que o tempo passa, o obi vai esbranquiçando, assim como a mente do karateka vai se toranndo novamente vazia: ao executar uma técnica, ela é tão natural quanto o ato de escovar os dentes e os conhecimentos e filosofias do karatê já estão tão presentes na vida do karateka que deixam de ocupar sua mente, fazendo parte de sua vida. Ou seja, à medida que o karateka vai treinando, ele vai atingindo o que é buscado pelo karatê: o vazio; afinal caminho das mãos vazias se refere não só à ausência de armas (de alguns estilos do karatê), mas, principalmente à ausência de bagagem, de pesos... é a pura prática do zen: viver sem carregar conceitos, apegos....

OSS

[Pedro]

Olá!
 Quando o nosso Obi envelhece, será que o mesmo acontece conosco?
Oss
Pedro

[bruno_leite]

Bela foto, Pedro Sensei.

Na minha opinião, só não está melhor pq não mostra o rosto da fera...
Espero que um dia eu possa amarrar meu obi e ver que ele ficou deste jeito. Isso vai significar em primeiro lugar, que sobrevivi um belo tempo, haja vista o caos em que vivemos, os produtos que consumimos, etc. E em segundo lugar, significará que eu vou ter compreendido pelo menos um pouquinho o Caminho.

Muito obrigado por compartilhar seus conhecimentos conosco!

Respeitosamente,

Oss.

[Pedro]

Olá!
Após 120 dias sem postagem neste tópico, resolvi
reativá-lo, pois acredito que temos alguns novos
praticantes e novos usuários do site, que posam ter interesse
neste bate papo, ou mesmo contribuir para o nosso aprendizado.
Mas o principal motivo que leva-me a dar continuidade, é que
embora a minha prática de Karate já bate nos 49 anos, já há algum tempo
voltei ao início dos treinamentos.
E é realmente o início, são mais de 9 meses de treinamento puxado
pelo meu Amigo e Sensei Ennio Vezzuli, que fez-me voltar às primeiras aulas
de bases, aulas de faixa branca, (aprendizado de zenkutsu e outras bases, oizuki guiako zuki mae gueris etc.).
Isso mostra minha paixão pela Arte, que a cada dia dos meus 67 anos de vida ainda faz
do sacrificio e da dor, o orientador do "caminho"que acredito.
 Acho esse tópico importante pelo seu conceito, como também pelo exemplo
que poderá ser pasado àqqueles que tem no Karate um verdadeiro "caminho".
Oss
Pedro

[BigBoy]

Olá!
Após 120 dias sem postagem neste tópico, resolvi
reativá-lo, pois acredito que temos alguns novos
praticantes e novos usuários do site, que posam ter interesse
neste bate papo, ou mesmo contribuir para o nosso aprendizado.
Mas o principal motivo que leva-me a dar continuidade, é que
embora a minha prática de Karate já bate nos 49 anos, já há algum tempo
voltei ao início dos treinamentos.
E é realmente o início, são mais de 9 meses de treinamento puxado
pelo meu Amigo e Sensei Ennio Vezzuli, que fez-me voltar às primeiras aulas
de bases, aulas de faixa branca, (aprendizado de zenkutsu e outras bases, oizuki guiako zuki mae gueris etc.).
Isso mostra minha paixão pela Arte, que a cada dia dos meus 67 anos de vida ainda faz
do sacrificio e da dor, o orientador do "caminho"que acredito.
 Acho esse tópico importante pelo seu conceito, como também pelo exemplo
que poderá ser pasado àqqueles que tem no Karate um verdadeiro "caminho".
Oss
Pedro

Sensei

    Algo anda acontecendo que me faz pensar que esta formação, esta mensagem, não anda sendo transmitida.
    O que faz isto acontecer?

Osu/Hai
BigBoy


   

[GEM]

BigBoy, sei que sua pergunta foi endereçada ao Sensei Pedro, mas gostaria de dar minha opinião sobre o assunto.
Acredito que a razão seja o imediatismo que domina a juventude atual. Eles não querem ter que passar por árduos anos de treinamento, de infinitas repetições, para conseguir suas graduações. Junte-se a isto alguns "mestres" inescrupulosos, que distribuem graduações a rodo e temos a situação de hoje em dia.
Infelizmente vivencio este problema até dentro daminha casa. Meu filho já está falando em largar o karatê porque ficou um ano na faixa verde e o Sensei não permitiu que ele fizesse exame pra roxa. Expliquei para ele que foi devido a ele ter treinado pouco ano passado (era seu primeiro ano na faculdade e ele sentiu o peso) e blábláblá. Por enquanto fui bem sucedido, mas ele já praticou outras artes marciais (JJ e muaihay) onde a "evolução" é mais rápida. Então vamos ver quanto tempo consigo influenciar a "fera".
Meu dilema é não querer forçar nada, pois acredito que nada que seja forçado vai longe, mas não quero também que ele desista.
Outro dia tivemos um exemplo no sosso dojo, de um colega que demorou 19 anos para conseguir a faixa preta (por vários motivos que não irei relatar aqui)! Nunca desistiu neste tempo todo.
Bom, acho que acabei me alongando mais do que pretendia. Acabou sendo um desabafo.

HAI/OSS.

[BigBoy]

GEM,

   Vamos brigar um pouquinho, porque eu já vou apanhar de você mesmo lá no sul por causa do Antonio Diaz (veja a resposta que escrevi):

   Muay-Thai e JJ concedem graduações com facilidade?

   Um faixa roxa de JJ, por exemplo, não é roxa mesmo? Um grau azul escuro de Muay-Thai não é azul escuro?

   Se você escrevesse "Tae-Kwon-Do", eu concordaria.

[]´s
BigBoy

   

[GEM]

BigBoy,

Você está certo, no JJ as graduações também são mais demoradas. Mas na verdade eu acabei misturando meus pensamentos e não me expressei corretamente.  O que tentei dizer é que nas duas modalidades a evolução é mais rápida (ou a percepção de evolução) e não a graduação.
Será que me fiz entender agora ou compliquei mais ainda (rs).

[BigBoy]

   Você não só foi claro, como também pode ter disparado o estopim de uma TNT a explodir já já.

   Esta "percepção" de evolução está intimamente ligada, ao meu modo de ver, à realidade. Simples assim. MT e JJ preparam um jovem pra uma briga na "hora do recreio" no ensino médio de forma mais eficaz do que o karatê.

   Tentando não disparar este "estopim", gostaria de afirmar também que a formação da pessoa, como ser humano, com princípios morais, seguidor do budô, seguidor do Mushin como no post recentemente colocado pelos colegas, só o karatê proporciona.

   Gostaria muito de escrever isso conseguindo desconectar perfeitamente meus valores daqueles valores que alguém da atual geração podem almejar.

   Busco a faixa preta no karatê pra não ser alguém tão arrependido como sou e pelo que o karatê significou pra mim em minha vida.

   Este significado não precisa ser o mesmo pra algum jovem de hoje em dia e um mestre de um dojo precisa saber fazer esta diferenciação.

[]´s
BigBoy

[BigBoy]

Então tá bom.

   Vou escrever.

   O karatê morreu.

   Este karatê, o da WKF, não atende aos anseios da mocidade do século XXI, mesmo com sua
eventual inclusão nas olimpíadas, quando isso ocorrer.

   O karatê "sucateado" ao qual os rapazes não foram claros nos posts anteriores, são:

• karatê tradicional, o qual se podem ver os expoentes no campeonato SUL-SUDESTE 2011;
• e o karatê da JKA. O mesmo em que um senhor chamado "Fábio Simões" (quem assistiu à qualidade das lutas dele que me entenda) foi vice-campeão brasileiro 2012.

    O karatê que amamos é importante para nós.
    Não vejo absolutamente nada de importante além do budô, o qual não é praticado mais em competições por nenhuma destas escolas[1] em competições.

    O karatê morreu. Só é importante para nós.

[]´s
BigBoy

[1] Jayme Sandall (3o lugar no brasileiro JKA) e "fica virado para o árbitro" aguardando seu posicionamento quanto à pontuação; Fábio Simões (2o lugar no brasileiro JKA) continua lutando, quase num "MMA" com o oponente, mesmo depois do yame; é possível ver-se nítidas reclamações dos competidores com o árbitro em meio ao shiai kumite da JKA, em pleno campeonato brasileiro; qualquer competidor da WKF comemora em meio ao koto um ponto ganho, saúda o árbitro perante um ponto ganho, etc.

[GEM]

Cara, isto ainda vai dar muito "pano prá manga".
Só que agora tenho que ir assitir a um filme que aluguei com a patroa. Então, amanhã vejo o que deu...