Autor Tópico: Comercio de Faixas  (Lida 23379 vezes)

Offline Tsuki

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #30 Online: Abril 30, 2012, 12:19:15 »
Acho que pela menos até o segunda dan, a graduação devia ser como é no BJJ. o aluno é avaliado por seu sensei no dia a dia. Seu esforço, tecnica, compromisso, atitude dentro e fora do dojo...      ...e para pegar o 3º dan deveria ser exame com banca nacional, como é no kendo.
Oq define um bom Karateka segundo Shoshin Nagamine:

"Punho infernal, coração santo."

Offline Cabadapest

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #31 Online: Abril 30, 2012, 14:35:00 »
Eu entendo o GEM,
O problema não é exatamente a facilidade do progarama do exame, mas dificilmente reprovam aqueles que não tem competencia para tal.
Assisti um exame para shodan há alguns dias, o cara errou e repetiu os dois katas, o kihon esquisito, sinceramente não esperava sua aprovação. O pior eram os risos, alunos sem camisa, e o próprio professor sozinho puxando o exame que mais parecia festa de desordem.

Mas como falei no outro tópico, ai é problema deles, no meu dojo nunca foi assim e não acho que virou cabaré em todos lugares, tem muita gente séria e que não entra nessa.

Oss!



"Aquele que está consciente de suas próprias fraquezas será senhor de si mesmo em qualquer situação." Funakoshi.

Offline GEM

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #32 Online: Abril 30, 2012, 16:21:11 »
Mas como falei no outro tópico, ai é problema deles, no meu dojo nunca foi assim e não acho que virou cabaré em todos lugares, tem muita gente séria e que não entra nessa.

Oss!


Exato Cabadapeste. Foi isto a que me referi. Não se pode generalizar.
Os dois Senseis com quem treinei são pessoas sérias e não "vendem" faixas.
Da mesma forma sei que existem vários outros sérios por aí. Aqui mesmo no site temos alguns.

OSSU/HAI.
Karate Wado Ryu

Offline GUICOMES

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #33 Online: Abril 30, 2012, 21:16:39 »
O colega Guigomes comentou que exames são fáceis...
Gostaria que o colega citasse o que vem a ser um exame difícil.

Do meu ponto de vista, se você está preparado, não existe exame difícil. Se você está ápto ao exame, este exame será nada mais que um dia de treino.


Eu concordo, quando se sabe o conteúdo do exame. Já vi bastante gente entrar em tilt ao se deparar com coisas diferentes mesmo estando com o karate afiado.
Aqui no fórum muitos concordam que quem deve examinar seu aluno é o próprio Sensei. É dele que vale a palavra de aprovação, é ele quem te observa treinar, sangrar e agir no dia-a-dia.
Porém por questão de padronização, muitos dojo seguem o esquema de alguma organização, inclusive orientando seu treino pelo que é cobrado no livro.
No dojo de meu Sensei, temos dois tipos de exame. O feito para os alunos internos, que segue certos critérios escolhidos pelo mestre, e para os de outras academias, este sim, padrão da CBKI atualmente.
Lhe respondendo a pergunta, um exame difícil na minha opinião é o contrário de um exame onde o avaliador é praticamente desconhecido e o conteúdo é padronizado, enlatado.
Porque? Novamente, vários exemplos de gente ruim com karate de segunda que vi se graduar. Aliás, só conheci um cara que foi realmente reprovado (não aquele engana trouxa do karekyu) em uma banca de exame até segundo dan, meu primeiro Sensei, mas isto foi bem antes de eu começar a treinar.
Mais um exemplo do porque os exames de karate são em geral fáceis na minha opinião. Conheço uma pessoa que chegou à faixa marrom sem nunca ter feito kumite. Pra preta não sei, mudei de cidade e perdi contato. Pois é, só não conto a organização e mestre que graduou pois acho que vou deixar gente chateada.
Bom, ficar dando exemplos é furada, acredita quem quer apesar de eu ficar espantado com a opinião aqui.

Só gostaria de fazer uma pergunta. A maioria dos praticantes do Brasil, pelo que se vê em todo lugar, tem karate bom ou ruim? Se falarem que o karate é forte e do bom, engulo minhas palavras e deixo o tópico.
Se falarem que a maioria (50% + 1) que conhecem ou viram não merece a graduação posso dizer que em geral os exames são fáceis, ou não tem nada a ver o exame ser fácil com a qualidade do karate da pessoa?
« Última modificação: Abril 30, 2012, 21:22:59 por GUICOMES »
Treine o que funciona, descarte o que não funciona ou é menos prático. Quem treina igual aos outros tende a ser como o resto.
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Offline BigBoy

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #34 Online: Abril 30, 2012, 21:39:34 »
Meu ponto de vista é o seguinte:

   Acredito que haja duas categorias, a seguir descritas.

   Estando a academia filiada a uma organização forte, esta questão é respondida de forma quase simples:
  • se o aluno é um competidor e costuma trazer resultados, terá um karatê de qualidade, quase que inevitavelmente;
  • se o aluno preza pela qualidade de vida, não compete, espera-se do mesmo que os resultados sejam variáveis e, mesmo diante de banca externa, pode vir a ter um nível, mais pro regular do que pro "bom" ou "ótimo".

   Eu pertenço a um dojo que está nesta primeira categoria e meu objetivo, caso haja estabilidade nas divisões master/veteranos e se eu perder peso, é conseguir ser qualificado como "minimamente bom".

   Agora, se o professor é independente, tudo pode acontecer. Tudo. Do melhor ao pior.

[]´s
BigBoy

Offline GUICOMES

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #35 Online: Abril 30, 2012, 22:01:34 »
Eu não sou contra pessoas independentes nem os classificados como picaretas (salvo questões de saúde pública).
Como absolutamente tudo, acho que o mercado quem deve regular. O que seria do bem sucedido se não existisse o desqualificado?
Acredito que o modelo ideal seja como o descrito pelos alunos do Sensei Okuda aqui do fórum, onde primeiro se fazia o exame na CBK, e depois, dentro do dojo pra validar. Afinal, o que é mais importante é o karate e não a faixa!

Caso um dia eu tenha um dojo, meus alunos vão se filiar onde der na telha deles, e vão poder usar a faixa que a organização lhes outorgar, já que em nosso dojo o uniforme de treino nem karategi vai ser, provavelmente. Obviamente que vou ter registro em diversas organizações de artes marciais diversas, tendo como prioridade as que interessar a meus alunos competir.
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Offline BigBoy

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #36 Online: Abril 30, 2012, 22:07:27 »
   Atenção: um independente não implica em ser ruim. Pode ser as três coisas, isto é, estar abaixo da qualidade, no padrão de qualidade e acima da qualidade de outros dojos que optam por ser filiados.

   Acredito, pessoal e infelizmente que, quem está só acaba por desenvolver vícios e erros por não se expor à avaliação de terceiros. Mas esta é minha visão restrita e pessoal de aluno.

   Curiosidade: neste seu dojo hipotético em que você teria, irá pagar a anuidade como dono de dojo para cada uma das associações em que seus alunos iriam estar filiados?


   Que o mercado regula tudo hoje em dia eu não tenho a menor dúvida: calço tênis da Nike produzido com mão de obra escrava da ásia, uso iPads produzidos na FoxConn, empresa que precisou armar uma rede ao redor de seu prédio para conter o número de suicidas que se jogam do prédio mediante rotinas escorchantes de trabalho, alimento-me diariamente de produtos que não sei se são transgênicos devido ao lobby da Monsanto proibir-me de saber se o que como é transgênico ou não.

   Não tenho a menor sombra de dúvida que o mercado regula tudo o que há em nosso sistema capitalista.

[]´s
BigBoy
« Última modificação: Abril 30, 2012, 22:14:16 por BigBoy »

Offline GUICOMES

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #37 Online: Abril 30, 2012, 22:18:58 »
Nas que valer a pena, com certeza.
Claro que não vou me filiar à organização X por ter só um aluno interessado.
De qualquer modo meu interesse principal é o karate como arte em si, e depois, competir em outros esportes. Deste modo não creio que vá ter um custo tão alto uma vez que o que tem de mais caro por aí com certeza é custo no karate (incluindo viagem, exames e karategi).
Em alguns meses vou estrear em minha primeira luta de boxe amador e os custos serão baixíssimos.

O mercado não regula quase nada no Brasil, aqui é tudo hiper sobretaxado e regulado pelo governo.
Sobre por exemplo, os chineses dos ipads, ninguém lhes obriga a trabalhar. Ou trabalham ou morrem de fome. Não é melhor que o mercado regule? Odiaria saber que morreram de fome por que lhes negaram emprego. Melhor saber que se suicidaram por serem donos das próprias vidas.

Pra não deixar no ar, pretendo continuar sempre exposto à avaliação periódica de meu mestre e outros. Porém acho que vício por vício, os piores são os adquiridos nos dojo que rezam pela cartilha, seja a do livro texto do exame ou pela cartilha da competição pelas regras da organização X, y ou Z. O vício da falta de espírito que vemos em muitos dojo.
« Última modificação: Abril 30, 2012, 22:28:42 por GUICOMES »
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Offline BigBoy

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #38 Online: Abril 30, 2012, 22:23:48 »
Você tem alguém pra receber orientação? Manopla, saco, goelinha, linha de esquiva, corda, espelho, sombra, manopla?
Não se importa em precisar tirar a cartilagem do nariz?

Offline GUICOMES

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #39 Online: Abril 30, 2012, 22:31:25 »
Sim, eu treino em uma academia reconhecida, sob ótima orientação.
Não quero tirar cartilagem nenhuma, pretendo derrubar o oponente antes disso, mas voltemos ao tópico.
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rapha.m.g

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #40 Online: Maio 01, 2012, 06:08:27 »
No kyokushin, o mais graduado no Brasil ainda é o shihan Isobe, oitavo dan.

outras vertentes, derivações e imitações do kyokushin, já não posso afirmar...

Offline Tsuki

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #41 Online: Maio 01, 2012, 11:26:29 »
Sei que não tem muito haver, mas acabei de receber de um amigo kendoka o resultado do exame nacional japones para 8º dan de kendo. 790 kendokas fizeram o exame, apenas 5 foram aprovados.
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Offline J.Lezon

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #42 Online: Maio 01, 2012, 13:11:09 »
Acho que pela menos até o segunda dan, a graduação devia ser como é no BJJ. o aluno é avaliado por seu sensei no dia a dia. Seu esforço, tecnica, compromisso, atitude dentro e fora do dojo...      ...e para pegar o 3º dan deveria ser exame com banca nacional, como é no kendo.

Caro Tsuki e restantes amigos,

Já abri um tópico apropriado para falar de Exames para Dans. Ainda só o Cabapest questionou algo...

Hai!
Lezon 
Technical Director of  Karate-do Wado Portugal Association, and Generel Manager JKF Wado-Kai of Portugal
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Offline wsoeiro

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #43 Online: Julho 10, 2012, 06:30:41 »
Realmente os exames de faixa caíram muito na qualidade técnica, pois vejo em outras academias professores aprovando coloridas que na prática não deveriam seguir para a faixa seguinte, mas se o professor reprova, o cara vai logo para a academia mais próxima. Hoje em dia até a verde muitos fazem vista grossa e só reprovam em caso de bizarrices, mas a partir da verde o negócio complica, mas aí o aluno já tem um vínculo forte com seu sensei.

Concordo com muitos que dizem que o aluno deve ser promovido mais pelo seu comprometimento e envolvimento com a arte, do que apenas através um exame que arranca dinheiro do aluno com taxas abusivas.
Wagner Luiz Macedo Soeiro
Preta 1º dan - Mareny Kai
Shito Ryu Karate Do Kai International
Rio de Janeiro - Brasil

Offline cmcgoju

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Re:Comercio de Faixas
« Resposta #44 Online: Agosto 28, 2012, 21:55:33 »
O fato é que no Brasil deve ter mais dans que o japao, China e Coreia juntos. É Shihans pra todo lado Federações dos USA dando dans pra todo mundo no Brasil. Isso é uma vergonha para o Karate!