OSS!Como muitos disseram não depende só da federação, embora é praticamente impossÃvel achar uma Dojo que treine Karatê "tradicional" na FPK. No que eu treinava, mesmo treinando técnicas com pretensa efetividade, kihon e kata, existem muitas coisas que feriam princÃpios básicos do Karatê, como: treinar golpes sem precisar cair em base, pé de apoio que gira para chegar mais longe no chute, tronco que gira o máximo possÃvel e etc. Não era um Dojo voltado para competições, talvez por isso ninguém treinava kumite. Os faixas pretas realmente não sabiam nada de luta. O que realmente era bom lá era o kata, isso realmente tenho que tirar o chapéu.OSS!
"é praticamente impossÃvel achar uma Dojo que treine Karatê "tradicional" na FPK."
"haveria muito que dizer, uma vez que no Brasil, as coisas ainda estão como há 45/50 anos atrás..."
CarÃssimo Cabadapest,Eu falei na organização, ou melhor dizendo, desorganização como muito bem diz, de todo o desporto no geral. Eu falei intencionalmente, a fim de vos explicar a grande diferença existente na Europa em relação a isso.Na Europa, há uma lei que é obrigatória para todos os paÃses que dela fazem parte. Então, para informação, qualquer modalidade desportiva, seja competitiva ou não, tem que ser ministrada por pessoas possuidoras de tÃtulos profissionais. Para obter estes tÃtulos, há cursos a fazer, cursos esses bastantes exigentes e com muitas horas a cumprir.Como disse antes, qualquer modalidade desportiva tem de cumprir com o que está determinado por lei. Seja federação de andebol, de ténis, de hóquei, ginástica, atletismo, etc, etc, ninguém pode dar aulas sem ter o tal tÃtulo.Como eu já disse antes, no karate existem quatro graus. Quem tiver o grau I, só pode dar aulas tendo um grau II a dar-lhe o apoio técnico. Só para que o meu amigo perceba bem a situação da dificuldade existente na obtenção do tÃtulo, para obter o Grau III que é o meu, foram somente 1.283 horas que tive de fazer no curso. O meu Grau permite-me ministrar aulas em toda a comunidade europeia.Saiba também que ninguém pode abrir um Dojo se não tiver o tal tÃtulo. Para ter acesso aos cursos, têm que ter as habilitações literárias mÃnimas exigidas, ou seja o 12º.ano.As graduações de Karate não contam para nada, só pde dar aulas quem estiver documentado como respectivo tÃtulo profissional. Saiba também que o tÃtulo tem uma validade, finda a qual tem de ser revalidado e, para isso, a pessoas tem de fazer formação contÃnua, para conseguir 10 créditos, caso contrário não pode obter a revalidação.Portanto, os Karatecas que almejam mais tarde dar aulas, começam cedo a fazer os respectivos cursos para não virem a ter problemas. Como vê caro amigo Cabadapest, aqui já não é fácil e por isso eu falei nos 45/50 de atraso.Hai!Lezon
Um diploma de karatê é um documento que atesta sua graduação, ou seja, sua faixa. Sua utilidade prática é Ãnfima, a menos que se tenha como objetivo participar de campeonatos ou abrir uma academia.Normalmente, associa-se a credibilidade de um diploma de karatê ao fato dele estar ou não vinculado a alguma federação. Esta relação está completamente equivocada. Como na maioria dos ensinamentos orientais baseados na relação mestre-discÃpulo, também no karatê, o que garante a legitimidade de um mestre é a sua linhagem, ou seja, quem foi seu mestre, quem foi o mestre do seu mestre e assim por diante. Portanto, dentro do verdadeiro espÃrito do karatê, o que realmente importa num diploma é a assinatura de um mestre legÃtimo e não o carimbo de uma federação.Aqui na Butoku-kan não estamos ligados a nenhuma federação. E por que deverÃamos? O Sensei é muito mais que um professor, ele representa a terceira geração de mestres de karatê, a contar de sua origem. Gichin Funakoshi foi o fundador do atual karatê-dô, ele formou Masatoshi Nakayama e conferiu a ele o direito e o dever de continuar passando este conhecimento. Nakayama, por sua vez, ensinou Taketo Okuda – o nosso Sensei – que depois de ensinar karatê em universidades japonesas, foi enviado ao Brasil para difundir esta arte. Por isso nosso diploma é respeitado e reconhecido no Japão e em muitos outros paÃses do mundo (e no Brasil, por aqueles que conhecem as raÃzes do karatê), apenas por conter a assinatura do Sensei.Mas isso não é o mais importante; o verdadeiro significado do nosso diploma vai além de uma utilidade social. Ele é apenas um sÃmbolo material da ligação que existe entre nós e o Sensei. Este vÃnculo não está no papel, está em nossos corações. Uma vez compreendido isto, percebemos a responsabilidade que devemos ter para com o Sensei. Se ele dedica sua vida e não poupa energia para crescer e nos ensinar, da mesma maneira, devemos nos empenhar com todo espÃrito para alcançar o grau que nos é exigido. Por isso, sempre que somos convidados para fazer exame, temos a obrigação de nos expor e mostrar até que ponto nós desenvolvemos. Ainda que não nos sintamos capazes, temos que nos superar, para corresponder ao que o Sensei espera de nós.Essencialmente nosso diploma, como qualquer outro, não passa de um pedaço de papel. Mas, para quem treina com espÃrito e com o coração, este simples papel tem um valor incalculável.