Tópico: Acabar com Preconceitos Preconcebidos...

[J.Lezon]

Amigos,

Está fora de questão que, ser instrutor de karate, não é nada fácil. 

A imensa diversidade da matéria existente a ser ensinada, aliada ainda a um universo de alunos de vários escalões etários de ambos os sexos, acrescido ainda aos desejos deles na escolha de uma das duas vias existentes no Karate, desportiva ou não, e em cada uma dessas vias lidar com aqueles que preferem os Katas e outros o Kumite, decididamente não é nada fácil.

Esta é uma matéria que dá muito para se falar, mas, o que eu pretendo agora, é unicamente abordar a complexa questão da criança e do jovem e que, infelizmente, observo que passa muitas vezes ao lado da maioria dos instrutores, o que é grave.

É grave sim porque observo que muitas vezes se sobrepõem e sobrevalorizam as etapas de crescimento e desenvolvimento que deve ser respeitadas na criança e no jovem.
 
O instrutor seja de Karate, andebol, atletismo e/ou outra modalidade qualquer, tem o  dever enquadrar as crianças e os jovens praticantes,  num âmbito alargado de actividades diversas capazes de promover a interacção social,  dentro de uma perspectiva de espírito participativo, e/ou dentro de uma perspectiva de espírito competitivo.

Para isso, deve-se enterrar bem fundo os  preconceitos muitas vezes preconcebidos nos agentes de ensino do Karate que estão “enfermosâ€� nos interesses de estilos, associativos, clubes, interesses simplesmente económicos, e/ou pessoais.

O instrutor responsável, tem a obrigação de pensar e não esquecer que os valores morais e sociais a desenvolver nestas faixas etárias, como o respeito, a lealdade, a motivação, o optimismo, a auto estima, a confiança, o espírito de sacrifício, a entreajuda, a responsabilidade, etc, assumem um papel preponderante e fundamental no desenvolvimento dos nossos jovens, concebendo um desporto cada vez melhor que sirva a sociedade através da prática desportiva e/ou tradicional.

É necessário, é imperioso e urgente, enquadrar as nossas crianças e jovens  numa perspectiva de futuros praticantes, desportivos ou não, ou numa perspectiva de formação de futuros cidadãos activos com responsabilidade e de bem estar com eles mesmos e na sociedade.

Alerto pois que se passe mais a pensar nas crianças e nos jovens deste país, a fim de que os ajudemos a ter um futuro melhor e se insiram na sociedade com com responsabilidade, com respeito seriedade e honestidade.

Hai!! 

[J.Lezon]

Amigos,

Não quero ser melhor que os outros, até porque não faz parte da minha forma de ser e, quem me conhece bem, sabe que sou um ser humano simples, franco, amigo do amigo, pronto a ajudar quem precise, etc. etc.

Faço esta introdução porquê?

Bom, para dizer que é com muita tristeza que vou assistindo à colocação de tópicos desnecessários…

Com efeito, muitas vezes são abertos tópicos cuja função não é nenhuma, e que só vêm atrapalhar o bom andamento de conversas bem mais importantes, em tópicos de conteúdo  bem mais produtivos e evoluídos…

Infelizmente, são muitas as vezes que determinado tópico está a ser debatido e, de repente, lá surge um tópico sem interesse nenhum, mas que corta toda a linha de pensamento e de raciocínio do que fluidamente se estava conversando.

Infelizmente também, verifica-se que tais tópicos são muito comentados, fazendo-me até pensar que a bagagem intelectual anda muito por baixo para abordar e discutir  temas com mais interesse…

Será que este tópico não tem interesse e/ou fundamento nenhum?

Faço aqui um apelo para que nos deixemos de comentar tópicos fúteis…

Hai!!!

[yama]

Oss Lezon Sensei

Será que o Sr. poderia falar um pouco mais deste seu ponto de vista?

o que o Sr. tem visto em relação a estes preconceitos preconcebidos??

Oss
alberto.

[J.Lezon]

Olá Yama,

Até que enfim que alguém pergunta algo neste tópico que está quase a fazer 48 horas que foi editado...

Como vê meu amigo, tópicos com algum interesse passam ao lado da grande maioria das pessoas, o que é de lamentar. Foi o Yama o 1º. a fazê-lo querendo saber o meu ponto de vista. Deixe-me então esperar se vai aparecer mais alguém a fazê-lo e/ou a comentar o que pensa...

Eu não me esquecerei com toda a certeza de dizer o que penso sobre os preconceitos de muita gente que está no Karate. No entanto, digo já algo que poderá incentivar alguém a comentar...

Se for reler o que eu disse, falo nos preconceitos que à partida já são preconcebidos, ou seja, estão no terreno com as suas e únicas ideias definidas, cujas acções e directrizes são feitas única e exclusivamente a pensar em si e na sua organização, sem uma visão abrangente e ampla.

E fico por aqui...

Hai!!!       

[Kakaroto]

É triste mas noto que os novos praticantes de karate, sobretudo os mais adolescentes, vêem a arte como uma coisa "fora de moda", que não pode ser aplicada na vida real.

Muita delas se deixam levar pelas febres do momento, reverenciadas pelos meios de comunicação em massa. Não quero nem falar mal do jiu-jitsu ou o muay-thai, pois considero práticas maravilhosas quando instruídas por professores de bom-senso.

Mas no fundo talvez isso seja bom pro karate em geral e bom para dojos sérios já que aqueles que realmente gostam da arte, não a abandonam por modismos.

[yama]

Oss Lezon Sensei

Qdo comecei a treinar com Ari Sensei ele estava exclusivamente ensinando shoto,e o shorin para mim era bicho de inúmeras cabeças.

com o passar do tempo comecei a assistir aulas shorin também para saber as tais diferenças.

no fim das contas o tinha era uma idéia pré concebida do shorin ao não conhece-lo.

Ari Sensei aos poucos me levou a ter outros conhecimentos e saber que tudo se originara ali no proprio shorin ao qual passei a adimirar.

ou seja não conhecia nada e achava de tudo"preconceito",ainda bem que mudei o comportamento e ainda por cima foi descobrir o kobudo também.

tenho por equlibrio conhecer um pouco da cada escola para manter um entendimento melhor e não fazer afirmações erroneas,espero que este seja o caminho correto.

qto as crianças temos muito a fazer para traze-las para nosso lado pois a maioria vem para que os pais tenham uma hora de sossego em casa ou para se distrairem,e ficamos a tentar fazer a lavagem cerebral para o bem ou que achamos que o seja.

Oss
alberto.

[J.Lezon]

O amigo Yama tocou num assunto muito interessante e que ficou também bem patente do I Seminário Karateca net.

Mas vamos deixar mais pessoas comentar para depois se esmiuçar mais este tema que é bem mais interessante produtivo do que "lavagens de kimonos,bolas de energia, etc," que não acrescentam nada de nada os nossos conhecimentos.

Hai!! Oss!! 

[Ricardo S]

Sensei Lezon, permita-me discordar apenas um pouco, no sentido de que acredito que devemos ter espaço para discutir também temas menos técnicos, como lavagem de kimono, etc. Embora concorde que a participação venha sendo maior nos tópicos de importância menor, relativamente.

Quanto às idéias pré-concebidas, acho que é inerente ao ser humano, e por isso mesmo devemos ter cuidado redobrado. Após o nosso seminário, pensando sobre este tópico, acho que pessoalmente buscarei ter uma postura mais ativa. Como a participação em seminários interestilos (como o realizado) e visitas eventuais a dojos de outros estilos e federações. É claro que estas visitas dependem de convites, mas a verdade é que eu já tinha sido convidado por sensei que conheço, de outros estilos, e admito que venho sempre deixando para depois.

Ressalto que hoje sou apenas um aluno, com pouca vivência (o tópico parece mais direcionado aos sensei, formadores), mas acho que ver de perto algumas das diferentes abordagens, pode me ajudar um pouco. Vejo pelo seminário que, para mim, foi de grande ajuda neste sentido.

Hai! Oss!

[Troyman]

É isso aí, Ricardo.  Existem momentos de seriedade, momentos de descontração e momentos de reflexão.  Qualquer assunto pode ser  importante e discutí-los aqui no Fórum não desmerece a nossa participação, desde, é claro, que não firamos a dignidade dos outros com ataques gratuitos.  Ainda que ache importante trocar experiências com colegas de outros estilos, acredito que a gente precisa também manter as nossas identidades.  E a melhor maneira de se levar isso a cabo é a convivência pacífica calcada no respeito mútuo e na crença de que todos podem oferecer um pouco de si para acrescentar e engrandecer as nossas relações enquanto seres humanos.  Todos os estilos têm profunda importância para a prática do Karate-Do.  Quando visitamos o dojo de um colega de outro estilo estamos dando um crédito e esperamos receber o troco, pois isso nos afaga o ego e, mais que isso, nos aproxima e nos torna amigos.  E o nosso conhecimento só tende a aumentar, enriquecendo a nossa arte na medida em que mais teremos a passar adiante.  Já ando nessa trilha há muito tempo, mas a realidade às vezes pode ser injusta, nos desviando de nossos objetivos, muitas vezes por causa de grupos que não comungam das nossas idéias, seja por medo de se envolverem com coisas novas, seja por mesquinharia mesmo.  O importante é saber identificar aqueles que têm os mesmos anseios que nós e tentar nos aproximar para fazer germinar essa idéia de congraçamento e união entre as escolas e todos podermos ir para a frente juntos.

Saudações   

[Gustavo-RJ]

Ninguem é mais preconceituoso do que eu.

Apesar de estar fora de combate há algum tempo, sempre achei que os outros estilos não valiam nada e muito mais, sempre achei que qq karate mesmo sendo shotokan, que não fosse feito na minha academia fosse um lixo.

No seminario, o Sensei Pedro, do shotokan paulista, notadamente inferior ao carioca  , me disse: Se o Wanderley Silva fundasse um karate Wandkan, se auto intitulsssr 35o Dan, vc ia dizer que ele era um lixo, só pq fazia os movimentos diferentes de vc.? Sim, poderia ser um karate tailandes, pq não?

Pensei um bocado e a conclusão que chego é: Se é bom, se é eficiente, se funciona, não importa o nome que tenha, temos de respeitar mesmo que seja diferente.

Tb acredito que o relativo sucesso desse forum se deve as brincadeiras aqui feitas e até mesmo as brigas, senão ficaria chato igual aos do orkut. E ao fato de lá no inicio termos feito um treino, que o Renê participou  , que foi uma sementona plantada.

[yama]

Oss

Ainda mais que não é diferente,e sim com outras visões para as mesmas raízes.

Oss
alberto.

[Antoine]

Por qual razão pergunto eu este tópico é mais importante do que o de lavagem de Karate Gi ou o das Bolas de fogo para o total da coletividade do Fórum?
Quem decretou isso?
O fato de eu achar um tópico excepcional não significa que ele o seja para o total dos participantes do Fórum.
Se estes tópicos não acrescentaram nada a certas pessoas, há outros tópicos que igualmente nada acrescentam a outras pessoas, além de uma quantidade enorme de palavras.
Existe algum preconceito que não seja pré-concebido?
E quem decretou que certas opiniões são mais importantes do que as outras?
O ego do enunciante?
O Dan do enunciante?
Deus?
A paridade do Real com o Euro?

Mistérios...

Oss.

[Gustavo-RJ]

Ponto de vista muito interessante.

O que é desnecessario ou importante pra um, não o é para o outro, e vice-versa, realmente tens razão.

De fato existe uma grande diferença na visão do karate pelos professores, pelos atletas e pelos simples praticantes. O grau de importancia do mesmo na vida desses tres grupos é totalmente diferente.

Como ja disse o melhor do karate pra mim foram as pessoas que conheci. Minha melhor colocação foi um 4o lugar entre 80 pessoas e a tal porrada pra qual me preparei, nunca aconteceu.

[J.Lezon]

Não há dúvida...só porque falei nas coisas desnecesárias que não são mais que perdas de tempo para mim, evidentemente, todo o mundo se refere a ele e não em desenvolver o tema preconizado pelo tópico.

Está tudo a preocupar-se a responder à questão da limpeza do Gi e das bolas e ninguém dá bola em aprofundar o conteúdo do tópico. Enfim, é o que temos...

[Rodrigo (Rodfu)]

Gustavão, apesar de meio gasto tu ainda não morreu. Quem sabe se a porrada ainda está por vir? De qualquer maneira certas coisas me fazem pensar sobre essa tua colocação, de ter se preparado a vida toda pra uma luta que nunca aconteceu. Me imagino no lugar daquele homem que apanhou e viu a mulher grávida também ser agredida por um bando de bundões. De que maneira eu estaria no dia seguinte? Será que eu iria conseguir me olhar no espelho?

Além das amizades, acho que ganhei muito como pessoa. Acho que o treinamento me mostrou e continua mostrando uma imagem mais fiel de quem eu sou. Acho que me ajuda muito a melhorar. Não sei se é o melhor caminho, mas eu gosto.