Tópico: Qual o papel do Professor / Sensei nas opções dos alunos?

[Lezon]

Afinal qual deverá ser o papel do professor/sensei perante as opções dos alunos quando  estes lhes transmitirem os seus interesses, como por exemplo, quererem entrar  competição, seja em Kumite ou Kata, ou muito e simplesmente não querem competir?

O professor / Sensei deve influenciar? Ou deve opinar positiva ou negativamente qualquer das opções?   Que posição afinal deve ter?

Bom, o que se pretende com este tópico, é tomar conhecimento concreto das várias opiniões que por certo vão surgir, e com elas se irem dissecando até que se encontre aquela que nos parecerá a mais correta e consentânea a seguir.

Vamos a isso…
Hai!!!

[Avi]

Tudo começa antes do aluno ser aluno, quando ele toma a decisão de praticar karate são muitos os motivos que levam alguem a faze-lo. O sensei deve respeitar o fato de alguem yer ingressado na academia apenas para se exercitar e não competir e vice versa.

Na mushin o relacionamento de todos com sensei carlos é de profunda amizade antes de mais nada e ninguem é cobrado por desempenho, cada um tem seu ritmo e seus objetivos na academia, o que eu posso garantir é que a funçao primaria dele que é de ensinar karate pura e simplesmente é feita com uma competencia impar, ja treinei em diversos lugares e garanto isso, alem dele entender muito ele tem perfeita noçao da individualidade de cada um, quem pode ser cobrado mais ou menos e os objetivos de cada um la.

oss

[Neto110]

Eles me pagam (os que pagam) para que eu os ensine karate-do.

Posso cobrar deles que lutem karate. Não posso fazer com que vão aeventos.

[Antonio Pêcego]

Particularmente, penso que o professor/sensei deve estar sintonizado para essa questão que envolve o aluno, respeitando as suas preferências esportivas ou não, razão pela qual deve tbm, respeitadas as opiniões em contrário, mesmo que não seja adepto, se atualizar sobre a tendência mundial do karate voltado para o lado esportivo e as regras de competição.

Penso que, didaticamente, o Professor/Sensei não deve influenciar o aluno para um lado ou para outro, salvo se ele de livre e espontânea vontade já manifestou o seu desejo, opinando, neste caso, sempre de forma incentivadora, respeitando a individualidade de seu aluno.

Oss !!!

Antonio Pêcego - Araguari/MG

[Neto110]

Neutralidade naõ existe: sempre estaremos apoiando um lado, mesmo que naõ saibamos.

Quando me proponho ensinar karate estou colocando implícito em minhas aulas todo meu conjunto de valores (e falta de valores).

Por isto minha postagem: se me pagam para ensinar eu ensino, se ele me perguntar se precisa, vou falar o que entendo necessário para ele conseguir se superar.

Sobre a "tendência mundial de esportivizar o karate" eu fico pensando: desde que esta conversa começou no Brasil, só foi argumento para se convencer alguns a apoiarem pessoas que nunca fizeram nada pela divulgação da arte como a conheço: estão formando karatekas que entendem que precisam ir a eventos cuja qualidade é duvidosa em todos seus aspectos: tanto os técnicos como os gerenciais e de marketing: isto eu naõ apoio nunca, e faço esta reflexão com os alunos.

A verdadeira luta é outra, as qualidades de combate que o karate desenvolve são outras.

[Bodhidarma]

Afinal qual deverá ser o papel do professor/sensei perante as opções dos alunos quando estes lhes transmitirem os seus interesses, como por exemplo, quererem entrar em competição, seja em Kumite ou Kata, ou muito e simplesmente não querem competir?

O professor / Sensei deve influenciar? Ou deve opinar positiva ou negativamente qualquer das opções? Que posição afinal deve ter?

Sensei Lezon e demais amigos, a minha modesta opinião é a seguinte: qualquer pessoa (qualquer mesmo; sejam as mais próximas, sejam desconhecidos) exerce algum tipo de influência, seja ela positiva ou negativa, sobre as demais.

O ser humano em sociedade é no meu modo de pensar um "influenciador constante" de todos os demais e, por isso, deve estar sempre atento a responsabilidade de dar/ser o exemplo, através de sua coerência. Pensamentos corretos, palavras corretas e atos corretos fazem pessoas ganharem credibilidade, geram confiança e fazem os indivíduos passarem à esfera da influência de opinião.

Como vocês podem ver, eu definitivamente não coaduno com a idéia do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço."

Quanto à influência de opinião, ou seja, fazer com que determinada opinião particular, pessoal e individual, seja respeitada; isto sim me parece como afirmei resultado de um processo, ficando então este poder restrito a um seleto grupo de pessoas, um círculo afetivo muito menor a quem o tal indivíduo concede crédito.

Neste caso sim estamos falando de pais, amigos e, porque não, do professor de Karate, que deve ter uma relação profissional mas deve também objetivar estar entre amigos na sua aula. Para isso em seu favor ele conta, como foi dito, com o fato "de ter sido escolhido" a priori; ele recebeu o voto de confiança do alnuo diretamente ou de seus pais (como geralmente ocorre, caso trate-se de crianças).

continua...

[Bodhidarma]

Portanto o professor praticamente RECEBE esse direito de opinar e manifestar as suas opiniões a partir do momento em que se torna professor. Essa relação professor aluno è tão importante quanto qualquer outra e deve ser conduzida com muito respeito.

Obviamente que as opiniões podem mudar (através de bons argumentos) e não devemos ser intransigentes, porém devemos sim ter "fidelidade ao verdadeiro caminho da razão" como diz o Dojo Kun.

Imagine, só para citar alguns exemplos, um aluno que vá a um campeonato sem o consentimento de seu professor e arrume problemas com todo; ou este mesmo aluno indo para uma boate e agredindo pessoas, indo parar na delegacia.

A pessoa ao iniciar a prática do KARATE-DO assume a meu ver uma responsabilidade ainda maior do que aquela que lhe cabe enquanto cidadão. Este assume a responsabilidade de zelar pelo nome de seu professor, de sua linhagem, de sua academia/escola E DA PRÓPRIA ARTE QUE PRATICA COMO UM TODO - assunto tantas vezes abordado aqui no fórum.

[Neto110]

Na ótica do colega acima, eu preservo a linhavem sugerindo fortemente que meus alunos naõ vão nos eventos.

[Antonio Pêcego]

Prezados,

Assim como sou contra a influenciar diretamente o aluno a competir, sou contra a querer influenciá-lo em sentido contrário.

Cada Professor/Sensei tem a sua própria formação, mas partindo do princípio que ela foi a melhor o possível dentro da universalidade existente de estilos e doutrinas, sem deixar de lado os mandamentos do DOJO KUN, penso que não nos cabe influenciar diretamente o nosso aluno para um lado ou para outro, porque a sua formação como Sensei e doutrina que aplica nas aulas que ministra já será um forte fator de influência no karateca de hoje e do de amanhã.

Há várias frentes de combate no karate, assim como na guerra, variando conforme o ângulo em que se posiciona o karateca, sendo todas importantes para o engradecimento dessa nossa nobre arte marcial, por isso mesmo não menosprezo nenhuma delas.

Oss !!!

A.Pêcego - Araguari/MG

[Piá]

Talvez estaja havendo um pequeno mal entendido ou pequena desvirtuação da questão.
O problema não é entrar ou não em competições, estimular ou desistimular os alunos.
O OBJETIVO dessa participação é o que conta. Competições são interessantes quando o objetivo é um auto teste do aluno das suas habilidades físicas técnicas e psicológicas que são o tripé das competicões, mas não no intuito de GANHAR, e sim de se testar. É claro que não se entra para perder. Mas o resultado dos árbitros TÊM que ser menos importantes do que a auto avaliação do competidor.
Resumindo; é importante competir, mas competição é um teste, eo resultado não é um fim, é uma reflexão. OSS

[Neto110]

PIá, falar que o importante é competir na nossa sociedae de hoje é piada. Todo mundo é treinado para competir desde os 5-6 anos de idade. Infelizmente.

Eu entendo que o karate é cooperativo e não precisamos de eventos esportivos para testar nada, naõ os eventos que existem hoje, nos moldes que existem hoje.

O Pessego acredita mesmo que existe a neutralidade. Insisto, para ele, minha tese: ninguém é neutro. Ninguém! Sempre estaremos com nossa ação ou omissão defendendo ou apoiando um ponto de vista.

O meu ponto de vista é ser contra competição de um modo geral e as competições de karate como estão estruturadas, por entender que elas prestam um desserviço ao karate.

Respeito todas opiniões contrárias, ams faço questão de colocar a minha entre as possibilidades.

[Piá]

Nos treinos ou aulas de hoje onde por conta dos compromissos individuais as pessoas
treinam em dias e horários fixos, formam-se grupos, sub grupos e grupelhos nas aulas. Todos se conhecem, e conhecem as virtudes e fraquezas dos outros.
Quando me refiro à competir, me refiro à competir com outros, este mesclar, essa mistura com o desconhecido.
Quanto à nossa sociedade competitiva, estamos todos inseridos nela. Uns vão gastar a vida para "vencer" nela trabalhando. Outros até irão fazer coisas ilícitas. E outros até irão matar e/ou morrer por este objetivo.
Outros ainda, vão trabalhar, se realizar no trabalho, amar, serem amados, transar, admirar tudo à volta, comungar com os outros seres vivos, e praticar Karate para acalmar o espírito e colocar o corpo em forma.
Abençoados por Deus os que têm no Karate a profissão. Oss.

[Antonio Pêcego]

Prezado Augusto,

Não meu caro, desculpe-me se não fiz entender corretamente.  Neutralidade não há realmente, só não sou a favor da influência direta, uma vez que a indireta decorrente da doutrina imposta pelo Sensei no dia-a-dia, no dojo, aos seus alunos/discípulos é inevitável, sendo a mesma resultado da formação do Professor, bem como de suas concepções antigas e/ou atuais do que entende ser mais ou menos correto.

Assim, como vc diz, quer queiramos ou não, "sempre estaremos com nossa ação ou omissão defendendo ou apoiando um ponto de vista", vale dizer que sou a favor de sua tese, só não sou a favor de que se faça diretamente ou declaradamente como queira, porque quer queiramos ou não, como Professores somos também formadores de opinião e co-responsáveis pela formação humana dos nossos alunos.

No mais, respeito o seu ponto de vista, embora não concorde com a sua amplitude e generalização, ciente de que outros concordam com o mesmo e, possivelmente, vice-versa.

Oss !!!

Antonio Pêcego - Araguari/MG

[DoghQuch]

Oss!

Pessoalmente, odeio eventos desportivos, sempre achei o intercâmbio de experiências mais compensador e produtivo quando um Sensei leva seus alunos para treinar em "outra academia".

Massss, concordo plenamente com o Piá, o aluno deve ser estimulado a participar destes eventos mesmo que meramente com o intuito de participar sem lograr nada. Essa experiência é importante para o crescimento do aluno em muitos sentidos inclusive de se confrontar com algo que acha desagradavel.

Forçá-lo jamais, mas encorajá-lo certamente.

De qualquer maneira meus amigos, toda influencia é maléfica, pois carrega as intenções de quem a gera.  hehehe, essa foi só de sacanagem

[Neto110]

Ué... agora eu fiquei confuso.

Se sempre tem influência, porque naõ escancarar isto e assumir suas posições diante da sociedade?

Isto e o que eu estou fazendo: tenho uma posição, naõ concordo com competições esportivas de karate, falo isto apra todos os ventos, argumento, ouço mas se alunos pedirem para ir eu levo, mas eles vão sabendo que aquilo é uma experiência extra. karate naõ é aquilo.