(...) a minha maior dúvida é quanto a escrita de Oss. eu escrevo Oss.. mas já vi em diversos lugares que o correto é escrever "OSU". E aí?
Osu é pra bugrada do kyokushin. Demais estilos é OSS. Mas significam a mesma coisa, pelo menos o pessoal do kyokushin ensina OSU com o mesmo significado de OSS.
Cara, tem um coisa aí de ideograma japonÊs, e tal, e que não tem como escrever uma palavra terminada em 2 "s" (uma parada confusa mesmo...) por isso o correto seria falar "ôsssssss" mas escrever "osu" (tipo isso.. não sei...)
Antes de qualquer coisa, conforme Goulart (2008), em se tratando de contexto cultural, não se pode abordar um termo japonês sem apresentar a sua grafia, tradução e interpretações possíveis, pois, se o fizermos, poderemos cometer algum erro de imparcialidade na análise do seu emprego.Assim, vamos primeiro "entender" onde é utilizado e qual o significado de Osu e depois tecer alguns comentários que nos parecem pertinentes.Citar“Como sabemos Osu é uma saudação recorrente em muitos dôjô, sobretudo no Shôtôkan e no Kyokushin-kai. (...) Em certas escolas e traduções marciais nipônicas a expressão encontra-se ausente. É praticamente inexistente no Shitô-ryû e nunca usada nos estilos de Okinawa. No Shôtôkai também está ausente [embora se comece a assistir a uma penetração da mesma neste estilo]” (CAMARÃO, M.E.). Gostaríamos de iniciar esclarecendo que a palavra Osu não é a abreviação de "Ohayô gozaimasu" ou ainda, a contração de "Onegaishimasu" como costumam afirmar algumas fontes de pesquisa.No estilo Shitô-ryû a expressão "Onegaishimasu" é freqüente utilizada no início de uma prática a dois com o sentido de "por favor, treine comigo" ou, se o colega for um superior hierárquico ou pessoa com mais experiência, poderá ter o sentido de "por favor, ensine-me". Mas, mesmo no Karate-dô, há escolas que dispensam esta formalidade.O termo Osu está dividido em dois ideogramas:- O (osu): "fazer, apesar de tudo", "forçar", "empurrar", etc...- Su (nin, shinobi): "agüentar", "suportar", "sacrificar-se", etc...Citar“Segundo alguns autores, o termo Osu é puro calão masculino, uma saudação militar adoptada pelos soldados da Marinha Japonesa durante a 2ª Guerra Mundial” (CAMARÃO, M.E.).Portanto, o seu emprego no meio militar tinha/tem o sentido de "Sim, senhor!", "Esforçar-me-ei!", "Farei o que me é mandado (apesar de tudo)" e assim por diante. Implica disciplina militar, algo que - em grande medida - é necessária dentro de determinados dôjô. No entanto, a locuçãoCitar“É, curiosamente, usada com muito mais ênfase (e em contextos errados) em dôjô ocidentais” (CAMARÃO, M.E.). No contexto marcial, não está correto o seu uso nas seguintes circunstâncias:- Entrar e sair do dôjô.- Saudar superior hierárquico.Contudo é completamente válido para:- Responder a uma solicitação ou comando de um instrutor ou superior hierárquico (neste caso é muito mais simples utilizar Osu (pronuncia-se "ôs" - palavra monossilábica) do que dizer "entendi", "compreendo", "esforçar-me-ei", "farei como diz/ordena", etc...)- Saudar companheiros de treino. Osu é uma saudação comum entre homens e, por isso, não há problema algum a sua utilização neste contexto, mesmo dentro do dôjô.A questão fundamental que surge é: Osu deve ser usado obrigatoriamente dentro dos dôjô?Achamos que depende da escolha de cada instrutor. Em nosso caso, em particular, como instrutores de Karate-dô Shitô-ryû geralmente utilizamos Onegaishimasu, porém estamos de acordo de que a conveniência da utilização do termo Osu no lugar de "entendi", "compreendo", "esforçar-me-ei", "farei como diz/ordena" é coerente. Além disso, esta expressão também pode ser uma forma mais prática e rápida de denotar entendimento, quando no meio de um treino, por exemplo, pois "quanto menos se fala mais se treina". Contudo, somos conscientes de queCitar“No Japão a expressão é muitas vezes preterida e substituída por um simples Hai, o equivalente de “Sim, entendi” (CAMARÃO, M.E.).Além disso, também se faz necessário "explicar" para que todos possam "entender" outras expressões utilizadas no dôjô, tais como: "Arigatô gozaimasu", "Arigatô gozaimashita", "Dômo arigatô gozaimasu" e "Dômo arigatô gozaimashita", traduzindo:1. Dômo - "muito, muitíssimo"2. Arigatô - "agradecido(a)"3. Gozaimasu - sufixo de educação - não tem tradução.4. Gozaimashita – também não tem tradução porque é a forma passada do sufixo de cordialidade: Gozaimasu, usado para indicar o nosso grau de educação.Conseqüentemente, estas expressões são traduzidas por "obrigado", "agradecido(a)", "muito obrigado" e "muito agradecido(a)", respectivamente.Tais formalidades fazem parte das etiquetas do dôjô e seria de bom grado respeitá-las, porém, sejamos francos... em nossa cultura, onde o agradecimento em português é cada vez mais raro, quem é que no final do treino, depois de um esforço considerável em combate ou outra atividade física, ainda vai ficar "plantado" a dizer "Dômo arigatô gozaimashita"?Arriscamo-nos a afirmar que muito poucos. Na maioria dos casos, quando estivermos terminando a palavra "arigatô" o oponente já terá ido embora há muito tempo. Ainda que estejamos inclinados a incentivar a utilização da etiqueta formal em se tratando de Karate-dô, deixamos registrado que para resolver este problema, podemos utilizar outra forma também válida para cumprimentar o nosso oponente após o treino: fazendo a reverência e dizendo apenas "Dômo"! que é uma saudação rápida, simples, objetiva e que satisfaz plenamente as diretivas de cordialidade japonesas.Alguns mestres opõem-se a utilização da expressão Osu nos dôjô de Karate-dô argumentado que Citar“A locução Osu é praticamente desconhecida pela sociedade japonesa. Nasceu em círculos universitários e posteriormente se estendeu a determinadas organizações militares (...). Nem em Karate, nem em nenhuma outra arte marcial havia sido utilizada esta expressão anteriormente. Acredito que seu uso é inadequado. (...) Temos que suprimir o costume de executar a saudação com a palavra Osu, que apenas é adequada, como foi dito antes, em outros círculos sociais” (HIROTA, Yoshiho)Não obstante, achamos que considerações deste tipo são um tanto "radicais" e merecem uma análise mais aprofundada a respeito dos tópicos que elas apresentam. O fato de suprimir simplesmente o Osu não leva em consideração que este termo pode ser utilizado como saudação normal entre companheiros de treino, nem leva em consideração que pode ser uma forma mais breve de expressar entendimento ou aceitação de uma instrução (agilizando o treino em si) dentro de um dôjô.Citar“Posto isto, é Osu uma expressão deselegante? É um estrangeirismo inadequado? Uma fraude? Não necessariamente. Osu faz parte da etiqueta e cultura marcial de alguns estilos de Karate-dô, o que significa que é legítimo e de bom-tom usar a expressão se essa se enquadrar na nossa tradição e prática coletiva” (CAMARÃO, M.E.).Sendo assim, Citar“Se visitarmos um dôjô onde a expressão seja usada, usemo-la, por cortesia e respeito a quem dá a aula” (CAMARÃO, M.E.).No entanto, fica aqui um alerta de queCitar“O uso “excessivo” e arbitrário da expressão, sobretudo em situações coloquiais, ou na comunicação escrita é inadequado. Por que terminar conversas on-line, textos escritos, “posts” em fóruns e outras comunicações com um uso caricatural da expressão Osu? Para nem mencionar as variantes ridículas e onomatopeicas da expressão como “Oussss” ou os “Osssss” (se escritos com mais “s” melhor) que proliferam por aí” (CAMARÃO, M.E.).Referências:CAMARÃO, M. E.. Um ‘Osu’ duro de roer. Disponível em: <http://ekarate.wordpress.com>. Acesso em: 28 de Março de 2007.GOULART, Joséverson. Sobre o termo ‘Osu’. Disponível em: <http://groups.msn.com/ShinseiKaiShito-RyuKarate-Do/>. Acesso em: 2 de Maio de 2008.HIROTA, Yoshiho. La Locución ‘Osu’. Disponível em: <http://www.karatebcn.com>. Acesso em: 2 de Maio de 2008.Nota: A expressão Ohayô gozaimasu - cuja tradução literal é "cedo" - é utilizada pelos japoneses para dar "bom dia" entre 05:00 e 10:00 horas da manhã. Analisando a palavra temos: O - prefixo de educação - não tem tradução; Hayô - "madrugar, levantar-se cedo, ser cedo..." e Gozaimasu - sufixo de educação - não tem tradução."Onegaishimasu", literalmente significa exatamente "faça(-me) um pedido", a sua tradução, portanto, é "faça-me um favor" ou "por favor". É uma expressão de cordialidade extremamente simples utilizada no dia a dia japonês. Onomatopéica... de Onomatopéia, formação de palavras pela imitação de sons e ruídos.
“Como sabemos Osu é uma saudação recorrente em muitos dôjô, sobretudo no Shôtôkan e no Kyokushin-kai. (...) Em certas escolas e traduções marciais nipônicas a expressão encontra-se ausente. É praticamente inexistente no Shitô-ryû e nunca usada nos estilos de Okinawa. No Shôtôkai também está ausente [embora se comece a assistir a uma penetração da mesma neste estilo]” (CAMARÃO, M.E.).
“Segundo alguns autores, o termo Osu é puro calão masculino, uma saudação militar adoptada pelos soldados da Marinha Japonesa durante a 2ª Guerra Mundial” (CAMARÃO, M.E.).
“É, curiosamente, usada com muito mais ênfase (e em contextos errados) em dôjô ocidentais” (CAMARÃO, M.E.).
“No Japão a expressão é muitas vezes preterida e substituída por um simples Hai, o equivalente de “Sim, entendi” (CAMARÃO, M.E.).
“A locução Osu é praticamente desconhecida pela sociedade japonesa. Nasceu em círculos universitários e posteriormente se estendeu a determinadas organizações militares (...). Nem em Karate, nem em nenhuma outra arte marcial havia sido utilizada esta expressão anteriormente. Acredito que seu uso é inadequado. (...) Temos que suprimir o costume de executar a saudação com a palavra Osu, que apenas é adequada, como foi dito antes, em outros círculos sociais” (HIROTA, Yoshiho)
“Posto isto, é Osu uma expressão deselegante? É um estrangeirismo inadequado? Uma fraude? Não necessariamente. Osu faz parte da etiqueta e cultura marcial de alguns estilos de Karate-dô, o que significa que é legítimo e de bom-tom usar a expressão se essa se enquadrar na nossa tradição e prática coletiva” (CAMARÃO, M.E.).
“Se visitarmos um dôjô onde a expressão seja usada, usemo-la, por cortesia e respeito a quem dá a aula” (CAMARÃO, M.E.).
“O uso “excessivo” e arbitrário da expressão, sobretudo em situações coloquiais, ou na comunicação escrita é inadequado. Por que terminar conversas on-line, textos escritos, “posts” em fóruns e outras comunicações com um uso caricatural da expressão Osu? Para nem mencionar as variantes ridículas e onomatopeicas da expressão como “Oussss” ou os “Osssss” (se escritos com mais “s” melhor) que proliferam por aí” (CAMARÃO, M.E.).