Autor Tópico: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2  (Lida 6037 vezes)

Offline Alaumir Mainardes

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Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Online: Novembro 26, 2009, 01:45:43 »
Vocês devem lembrar que o nosso colega de Fórum o YODA passou-nos o
endereço onde podemos visualizar as revistas BLACK BELT através
do GOOGLE:

http://books.google.com/books?id=Z9gDAAAAMBAJ&hl=es&source=gbs_navlinks_s#all_issues_anchor

Encontrei na edição de fevereiro de 1974 uma matéria a respeito
do Sensei Luiz Tasuke Watanabe, na capa da revista "O Campeão Mundial
que ninguém conhece":










Offline DElia

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #1 Online: Novembro 26, 2009, 05:54:16 »
Todo karateka, sem exceção, não pode esquecer este feito heróico, num momento histórico, como também tem o dever de propagá-lo!!!
O Karatê competitivo começa exatamente neste momento, ou seja, durante o Segundo Mundial em Paris, onde fatos imprevisíveis aconteceram: o aparecimento de um lutador excepcional, com sua vitória fabulosa e inconteste, e a triste e infeliz "expulsão" do Mestre Nakayama, da competição e do ginásio, onde um dos líderes desta "agressão" foi o atleta Dominique Valera.
A vitória do Tasuke teve uma importância enorme para o Karatê competitivo no Brasil, tanto na sua evolução e como na sua divulgação, mas sem dúvida este foi um resultado também da equipe que o acompanhava e o apoiava, que foram os integrantes da Seleção Brasileira.
Apesar de conhecidos da grande maioria, faço questão de nominar cada um dos que estão na foto, como homenagem pelo pioneirismo, empenho e coragem na representação exemplar do Karatê brasileiro:
(da esq. para dir. em pé) Paulo Goes, Yasutaka Tanaka (técnico), Almerídio "Marujo" Brandão  (mestre em Judô e grande colaborador do Karatê nacional), Luis Tasuke Watanabe, Gal. Eurico Andrade Neves (?), Dorival Caribé; (agachados) Fernando Soares, Ugo  Arrigoni e Denilson Caribé.
Eu, pessoalmente, tive a honra e a sorte de ter convivido, e treinado com eles, numa época em que os karatekas e dirigentes, se doavam verdadeiramente para o Karatê.
Oss

 
Ricardo

Dan

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #2 Online: Novembro 26, 2009, 06:37:28 »
Superbe... :)

Diferença entre um Karatê e um Karatê pequeno utilizado puramente para fins políticas...

Isto é o legado que é homenageado com um memorial de nostalgia. Alguns dirigentes deveriam ter vergonha na cara de continuar somente para sua bolsas, lamentável. Mas com tudo bem se disse no Brasil, né !...

« Última modificação: Novembro 26, 2009, 06:53:25 por Dan »

Offline Farkatt

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #3 Online: Novembro 26, 2009, 10:25:16 »
esse link do google é maravilhoso, é impressionante ler as matérias da década de 70-80 e ver que muita coisa "nova" hoje é nada mais do que conhecimento esquecido e requentado. Ler que as polemicas e discussões muitas vezes são as mesmas de hoje.

é meu mais novo brinquedinho de net, esse link da black belt no google...

Offline katsumoto

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #4 Online: Novembro 26, 2009, 11:46:34 »
Ola Prof. Delia,

esse ai nao foi aquele torneio onde os Japoneses nao entraram?
Nao sei direito o que aconteceu,mas parece que Nakayama Sensei nao deixou seus atletas participarem do evento, em decorrencia de arbitragem  suspeita.
Talvez o Sr. podera nos esclarecer esse ponto.....
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline Farkatt

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #5 Online: Novembro 26, 2009, 12:22:54 »
no começo da matéria da Black Belt tem algo sobre isso, mas fiquei sem entender direito o contexto, como se fosse algo ocorrido em algum evento anterior ou uma informação ja discutida anteriormente...

esperemos quem "viveu" isso de perto falar...



Offline katsumoto

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #6 Online: Novembro 26, 2009, 12:35:17 »
Os paises boicotaram porque nao aceitavam que a Africa do Sul entrasse no torneio, por causa do Apartheid. Justo a Africa do Suil, so Sensei Stan, que é hoje, meu professor.
ken Wittstock, um dos que lutaram com o Watanabe sempre me conta do dia em que perdeu para o pequeno brasileiro. Disse que Watanabe era mesmo muito bom.
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline Alaumir Mainardes

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #7 Online: Novembro 26, 2009, 15:24:21 »
A confusão com Dominique Valera foi no 3º Campeonato Mundial da WUKO realizado em 1975, Long Beach-Califórnia. Existe um outro tópico aqui no fórum que foram postados alguns vídeos das lutas/demonstrações/confusão. Inclusive o Sensei José Lezon havia comentado que Dominique Valera agrediu a Tommy Morris que era o árbitro central com uma cadeira.

Offline DElia

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #8 Online: Novembro 26, 2009, 16:24:00 »
A confusão com Dominique Valera foi no 3º Campeonato Mundial da WUKO realizado em 1975, Long Beach-Califórnia. Existe um outro tópico aqui no fórum que foram postados alguns vídeos das lutas/demonstrações/confusão. Inclusive o Sensei José Lezon havia comentado que Dominique Valera agrediu a Tommy Morris que era o árbitro central com uma cadeira.

No Mundial de 1972, ano que o Tasuke venceu no individual, o Dorival Caribé ganhou do Dominique Valera na competição por equipe. A França com um resultado contrário durante o Campeonato, investiu contra o Chefe de Arbitragem, Nakayama Sensei, literalmente levando-o, ou melhor arrastando-o, para fora do ginásio, um dos que fizeram isso foi o Dominique Valera.
Ricardo

Offline Alaumir Mainardes

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #9 Online: Novembro 26, 2009, 16:34:11 »
Então a mídia francesa acobertaram estes acontecimentos vergonhosos, afinal eles eram os anfitriões.

Dan

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #10 Online: Novembro 26, 2009, 17:02:16 »
En réponse à se comportement... Vidéo sur You Tube :)

Eu diria que não é melhor do que alguns dirigentes da CBK, que paga "Garota de programe" véspera de alguns Campeonato. Compare o que é comparável, há aqueles que têm memória curta ! Mas tudo bem... Que as pessoas olham e julgar por si mesmo na Video. E todo o problema e o dilema do Desporte em geral que deve ser submetido a um árbitro que está lá normalmente para cumprir as regras. O problema é quando o juiz é tendencioso, que não deveria ser, mas a natureza humana é um problema interna. No esporte, o gesto é "INNACEPTABLE" e condenável. Mas deve ao mesmo tempo que as sanções podem atingir duramente os árbitros que, conscientemente, roubar competidor... O problema é que, nos países totalitários, eles riem das consequências para os humanos e que é melhor obedecer às ordens da "esquerda" para ser removido da arbitragem, ao invés de passar 10 anos num gulag !...

Ao punir o técnico, eu vou ser mais cauteloso: não envolve um atleta para competir a este nível, sem dar um bom "espírito de luta". Que o Dominique Valera ou mesmo outros athleta que não foi capaz de canalizar sua agressividade não é culpa do técnico. E se ele tem justificado o seu atleta, percebo perfeitamente que é favorável a ele em público, mesmo que tem que brigar em privado.

Dominique Valera foi bem desclassificado por falta cometida durante o Campeonato do Mundo em Long-Beach, Californie. Depois de ser desclassificado por contato excessivo contra o seu adversário, P. Antonio Rivera, República Dominicana, Dominique Valera culpa árbitros. Esse escândalo é visto como segue:



Rivera ficou em terceiro (3) lugar do Campeonato do Mundo. Dominique Valera é excluída no momento da WUKO...
« Última modificação: Novembro 26, 2009, 17:54:56 por Dan »

Offline Alaumir Mainardes

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #11 Online: Novembro 26, 2009, 22:45:01 »
Quando me referi a acontecimentos vergonhosos é em relação a
atitude de Dominique Valera, e não ao Karate francês,
principalmente que por um bom tempo considerei ele uma espécie
de herói por desafiar os árbitros que estavam prejudicando suas
lutas.
Os dirigentes do Karate tanto os do Brasil como de fora
não me interessam, bem entendido os dirigentes "cartolas",
"engravatados".
O falecido Mestre Masatoshi Nakayama com certeza não estava
neste grupo.
Pelo menos assim eu pensava, só que agora ficou uma dúvida:
o Mestre Nakayama como juiz central foi tendecioso em relaçao
às lutas ou Dominique Valera jogou a culpa de sua derrota
na arbitragem ?

Dan

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #12 Online: Novembro 27, 2009, 08:28:59 »
O árbitro central que estava ao lado de 2 atletas, é Tommy Morris...

Offline Alaumir Mainardes

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #13 Online: Novembro 27, 2009, 11:18:51 »
Neste 3º Campeonato mundial da WUKO de 1975 na luta entre
Valera e Rivera o árbitro central era o Tommy Morris, que
inclusive até hoje é um alto dirigente de arbitragem da
WKF, e com certeza o Mestre Nakayama não estaria presente,
pois neste mesmo ano foi realizado o 1º Campeonato mundial da
IAKF cujo presidente era o Mestre Nishiyama, e equipes
de diversos países participaram com sua equipes JKA, o campeão
foi o Sensei Masahiko Tanaka.
1975 foi o ano da cisão do Karate mundial, e talvez, quero até
bancar uma espécie de detetive, conforme o Sensei Ricardo Delia
informou desta confusão de Valera e amigos contra o Mestre
Nakayama em 1972, evento que possa ser o estopim desta divisão
mundial.
 

Offline DElia

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Re: Revista Black Belt - Fevereiro de 1974 - Vol. 12, N.º 2
« Resposta #14 Online: Novembro 27, 2009, 16:44:11 »
Prezado Alaumir,
vc foi preciso na sua hipótese, aconteceu exatamente isso, apesar dos argumentos da época serem outros.
Esta quase agressão, ou agressão mesmo, quando o Valera e outros expulsam o Nakayama Sensei é condenável, mas foi a "vitrine" para que a Europa ficasse atenta à avidez dos japoneses, na intervenção de assuntos administrativos e políticos do Karatê.
Na Europa os professores japoneses eram contratados para prestar serviços nos países europeus como consultores técnicos especializados em Karatê, apenas com o compromisso de propagar seus conhecimentos específicos, na Arte Marcial, para os professores e atletas locais.
Bem, diferentemente dos nossos irmãos europeus, pecamos por nossa inexperiência, falta de cultura esportiva e submissão, permitindo a ingerência dos professores japoneses em toda sorte de decisões e de assuntos que não lhe diziam respeito, e que propiciaram situações de conflito entre as lideranças de cada estilo, e seus respectivos seguidores.
É importante comentar o fato de que entre estes professores haviam grandes diferenças como: região de origem, nível social, formação educacional e conhecimento de Karatê (dizia-se que: "Entre a viagem das cerejeiras até as bananeiras eles ganhavam alguns Dans".) que acarretavam constantes brigas e desavenças.
Admito que fiz parte do contingente de "fiéis e iludidos seguidores" que não eram somente praticantes da Arte Marcial, mas sim professavam a "religião" criada por determinados mestres de Karatê.
Oss
Ricardo