Saindo do Armário Marcial
"Sair do Armário" é gÃria atual pra quem
decide assumir que dá a ré no kibe.
E pra nós? Praticantes de artes marciais?
Que tÃtulo poderÃamos assumir? Quando me refiro
a "nós" somos "os pagantes", isto é, aqueles
que pagam por uma prestação de serviço de alguém.
Portanto, são excluÃdos desta conversa
aqueles que receberam bolsas integrais ou parciais
de seus mestres para a prática de suas artes marciais
de origem e que decidiram migrar pra outras artes
marciais ou o pior: 1) inventarem uma arte marcial
praticamente igual à aprendida, só que não precisam
ter compromissos financeiros com quem lhes preparou;
ou 2) mudaram pra outra arte marcial, simplesmente,
sem prestarem satisfações a seu mestre original,
não creditando a ele seu aprendizado. O nome desta
gente já foi inventado por Carlson Gracie há tempos:
--->CREONTE.
Refiro-me, portanto, a quem 'contrata' alguém
para ensinar-lhe algo. Logo, o que terÃamos de
dÃvida com esses professores, se pagamos e, algumas
vezes, pagamos-lhe bem, por tais ensinamentos?
Isto é COMÉRCIO (ALGUNS ESPAÇOS) PONTO.
Fui mais uma vez assistir às aulas de karatê
pra me convencer de que poderia praticá-lo, mesmo
depois de tudo ter visto nos vÃdeos de Vale-Tudo
(hoje em dia chamado de MMA, simplesmente por terem
inserido algumas regrinhas bobas - soco na nuca no
chão, rounds e blá blá blá). Mais uma vez, uma aula
INTEIRA de katas...povo saindo sem suar, povo fazendo
os movimentos com mais intensidade só quando o
sensei está passando por perto (incluam-se aqui alguns
faixas-PRETAS....)
Saindo do armário: vou praticar jiu-jitsu e muay-thai,
usar kimoninhos coloridos, treinar escutando rock,
comentar após os treinos vÃdeos de MMA recentes,
identificando os lutadores com as academias de JJ ou
Muay-Thai de onde vieram, quero treinar aos sábados
um muay-thaizinho só pra deter controle sobre os ambientes
(luta em pé, em clinche e no chão), enfim, quero praticar
lutas que assisti desde pequeno (SAWAMU, o demolidor),
custe o que custar. Não interessa se não evoluir nas
faixas por não participar de campeonatos.
Sempre pratiquei o karatê com aquela intenção:
a manutenção da integridade fÃsica. Só. A prática é
desatualizada, os movimentos e golpes são desatualizados
(por exemplo, Tae-Kwon-Do foi atualizado na década
de 70). Porém, sabia que poderia treinar pela manhã,
bem cedo, tomar uma ducha e ir ao trabalho inteiro.
Hoje em dia... tudo foi às favas...pessoal de
shotokan valorizando o nocaute, insistindo nos
"golpes de misericórida", sonhando, como se estivessem
ainda na década de 60. Se pelo menos, eu estivesse
próximo do meu mestre... ainda saberia que estas coisas
estariam garantidas. Mas o que encontro por aà são
aulas e aulas chatas pra cacete: só katas ou então
com 40 minutos de kihon e por aà vai.
O jiu-jitsu não tem o que o karatê que aprendi com
meu mestre tem: hippon-kumite, jiuy-hippon-kumite (estas
duas práticas são únicas no karatê para a evolução dos
reflexos de qualquer praticante... pena que há muitos
que sequer sabem o que é isto devido a seus mestres
jamais terem com eles praticado), mas pelo menos oferece
em uma única aula, um número de práticas de luta que
só é alcançado em dois meses de aula de karatê.
É rancor sim, é mágoa sim, por não encontrar mais
academias de karatê em que possa praticar meu treino,
evoluir em minhas faixas, seguir inteiro e imaginar-me
podendo aplicar minhas técnicas e meu preparo emocional
em alguma necessidade real, mesmo sabendo que seja
menos eficaz que outras lutas (e... por favor, Ã $%&!
os comentários de que "não há melhor luta, blá, blá e
blá"...que se for pra lutar... um dos dois é pra morrer
... só se for de hipertensão).
[]'s
BigBoy
