Você toparia marcar este mesmo exame com a mesma banca?
Não ia ser legal desembolar esse nó?
Por que pelo que você escreve, pelo jeito que gosta de luta, pelo que obtêve de tÃtulos, seria mais uma pessoa importante para o karatê que não galga cargos na JKA Brasil.
Não há nenhum nó com a banca em questão. Todos karate-ka excelentes e de renome: Tanaka, Inoki, Sasaki, Machida, Ugo Arrigoni, Flavio Costa, Watanabe, Oswaldo Mendonça, dentre os que consegui me lembrar agora.
Não quiseram abrir um precedente e, apesar de desapontado na época, aceitei a posição deles.
Não acho que conseguiria ter esse grupo reunido novamente... mas não faz diferença. Há outras pessoas qualificadas pra me examinar para um 3o dan, caso eu fosse me submeter. Se juntasse apenas meu sensei Flavio Costa, o sensei Ugo Arrigoni e o sensei Tanaka, já seria suficiente.
Simplesmente deixou de ser importante pra mim. Aliás, só fiz exame pra 2o dan porque meu sensei mandou, senão não me importaria com isso.
Pra mim, há dois lados nessa moeda. Por um lado, o conhecimento que adquirimos não se esvai e, por isso, no que diz respeito ao conhecimento, o nosso grau é eterno.
O outro lado é a capacidade de aplicá-lo, que está relacionada ao treino e saúde / idade. Se não treina, não consegue aplicar o conhecimento e, portanto, não merece a graduação.
Enquanto estamos em idade pra treinar, nosso grau deve ser diretamente relacionado à nossa capacidade de aplicar a técnica e, pra isso, temos que estar treinando. Depois de certa idade, quando não poderemos treinar como antes e a capacidade fÃsica vai se esvaindo, vale o que sabemos e podemos passar adiante. Por isso acho que certos dan só devem ser agraciados a professores que vivem de dar aulas e que formaram alunos avançados.
Já vivi de Karate e ensinei alunos que são graduados e bons karate-ka hoje em dia. Porém não ensino mais. Alguns me procuram com dúvidas ou querendo treinar uma ou duas vezes por semana e nós treinamos.
Não acho que "antiguidade é posto" a não ser nos casos em que um grande karate-ka que já mostrou sua capacidade como lutador e professor fica velho.
Na minha idade, 45 esse ano, tenho obrigação de estar treinando. Tenho kohai 5o dan. Ele continuou treinando, vivendo disso e formando karate-kas. Eu parei por um tempo. Nesse caso, por mais que nosso entendimento do Karate se equipare, e eu tenha voltado a treinar constantemente, ele merece o 5o dan e o meu 2o tá mais do que bom.
Não acho que sou importante para o Karate, mas quando estou na presença de karate-ka renomados aqui no Rio, minha opinião é respeitada e levada em consideração e isso me basta.
Não estou filiado à nenhuma organização relacionada ao Karate e, apesar de meu grande amigo e irmão de treino, Eduardo Santos ser presidente da FERJKT, não pretendo ser filiado novamente. Ofereço minha ajuda no que puder mas não pretendo galgar cargos em lugar nenhum.
Treino hoje, depois desse tempo todo, porque Karate me dá prazer. Foi e é, de novo, meu modo de vida. Me mantém saudável e está liquidando os kilos extras que adquiri trabalhando sentado ao longo do tempo que parei (estupidamente) de treinar. Continuo estudando e pesquisando e, eventualmente, escrevo as sandices que me passam pela cabeça.
Tenho buscado as raÃzes de um Karate para a vida e isso é suficiente, pois no fundo, a busca é individual. Um certificado de graduação pouco ou nada vale diante disso. Principalmente custando o preço que custa. Não me vejo pagando essa grana pra ter um certificado mofando como os outros que tenho aqui e que também não me servem de nada...
Prefiro continuar estudando e ir treinar com os amigos. Isso sim, é legal! O resto é ego...
OSS!