Autor Tópico: O que você faria?  (Lida 2621 vezes)

Offline J.Lezon

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Re:O que você faria?
« Resposta #15 Online: Junho 30, 2012, 10:18:49 »
Bom sensei Lezon,

Não sei qual explicação que lhe deram, mas farei uma breve explanação. Realmente é estranho ter um salário mínimo nacional, e salários mínimos estaduais. O que acontece de fato é: O governo federal, estabeleceu o salário mínimo para que fosse assegurado um salário que fosse considerado o mínimo necessário para o sustento de uma pessoa. Se não funciona na prática é outra discussão. Entretanto, os estados, entraram num dilema. Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, que são grandes metrópolis, seguissem o salário mínimo nacional, teriam sua economia diretamente afetada. Estou falando de giro de mercado que não teria, uma vez que uma parcela considerável da população ganha o mínimo (comércio principalmente que é um percentual considerável da população). Não sei quantos estados adotaram o salário mínimo estadual. Aí o senhor vai me perguntar, mas então não seria o caso do governo federal aumentar o mínimo equiparando aos mínimos estaduais. No que eu respondo o senhor. A previdência social, usa como referência o mínimo federal, logo, esta instituição que foi tão vorazmente saqueada (a palavra é essa mesmo) por tantos políticos e funcionários públicos ladrões, que hoje é inviável se pensar nessa equiparação que a níveis individuais são até despresíveis, mas que a nível macro são números complicados de equalizar. Isso gera uma série de novos debates, mas...

Espero ter lhe ajudado, e ajudado outros a entender esse disparate que vivemos aqui.

Um abraço!!!

Amigo Alexander,

Tem razão, é mesmo um disparate o que se vive aí, concretamente no caso em questão. Quando eu me refiro ao salário mínimo, não me estou a referir só a Portugal, mas sim na europa. Aquilo a que vocês denominam por estados, nós aqui denominámos por Distritos, com as devidas diferenças dimensionais, claro. Volto a repetir que não faz sentido nenhum existirem salários diferenciados entre os estados. A ser como é, deviam catalogá-lo por salário mínimo estadual.

Quanto à segurança social, aqui ela está em crise mas é por causa do desemprego, pois há menos pessoas a contribuirem para a Segurança Social. As empresas pagam uma determinada taxa e os trabalhadores também, a qual incide sobre o salário ilíquido do trabalhador. Ora, tais descontos, são aplicados ao salário concreto do trabalhador e não na base do salário mínimo. Alguém que aufira 10 vezes mais que o salário mínimo, o que dá 4.750 Euros mês, desconta muito mais que que um trabalhador que ganhe 475 Euros mês. Quanto mais ganhar, maior é o desconto para a Segurança Social
e, obviamente, a sua aposentadoria será também muito mais elevada.

Hai!
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Offline Alexander dos santos

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Re:O que você faria?
« Resposta #16 Online: Junho 30, 2012, 11:32:39 »
Sim sensei Lezon,

Mas os valores mínimos estaduais, são conhecidos como salário mínimo estadual sim, não é de outra forma... Só que esses valores não podem ser menores que o mínimo federal, compreende? Portanto, quando um estado menos rico, como o Piauí por exemplo, não tem condições de exigir um salário mínimo estadual maior que o federal, os empregadores são obrigados (por lei federal) a sustentar o mínimo federal, pois menos que isso é ilegal, considerado subemprego (que na minha opinião, a prática do salário mínimo já condiciona o a uma situação de subemprego). Agora, tem algumas questões sobre o que o senhor falou. Não há como comparar Brasil e países europeus. Primeiro porque os países europeus são pequenos demais em comparação as dimensões continentais do Brasil... logo, países como Brasil, EUA, só funcionam se tiverem essas divisões estaduais. O que acontece nos EUA que não acontece no Brasil? Nos EUA cada estado é tão independente quanto a federação permite, tendo leis que chegam a ser tão diferentes entre cada estado que parecem países diferentes. Isso ocorre devido a constituição deles terem 1 folha de papel manuscrito após a guerra dos Yanques vs. Confederados (se eu estiver errado, que alguém me corrija), enquanto no Brasil, vivemos uma falsa federação. Digo falsa, porque apesar de termos Estados, eles não são tão independentes como nos EUA. Muito pelo contrário, cada estado no Brasil tem sua constituição estadual, mas ela não pode criar redação que confronte com a Constituição Brasileira que é um livro, e que se não me engano é uma das mais extensas constituições em vigor no mundo. Num país como o Brasil, o governo federal legislar sobre tudo, é muito complicado, pois cada estado tem uma individualidade. O Rio Grande do Sul, é frio, portanto não pode ter os mesmos planos agrários do Ceará, que é quente como um forno de siderugia. Não vou me alongar muito mais nesse ponto. Em segundo lugar, o Brasil é um país de 500 anos, que deixou de ser colônia a pouco mais de 200 anos, e que teve no meio de sua história de República, uma ditadura militar. Para o senhor ter ideia (o senhor já deve saber disso, mas para quem nos lê e que por ventura não saiba), enquanto os EUA que tem quase a mesma idade do Brasil, tem em Barack Obama seu 44º presidente, numa história que começa em 1789 com Geoge Washington, nós estamos no nosso 36º presidente com uma história que começa em 1889 com Marechal Deodoro da Fonseca, e um período nebuloso entre 1930 e 1985 que compreende todo o período da ditadura. Há que se dizer, que em todo o período de 1889 à 1985 o brasileiro nunca havia experimentado a tão famosa e antiga democracia. A partir de 1988, com a nova constituição e as diretas, é que começamos a votar, mas aí...rsrsrsrs só rindo para não chorar, tivemos que aturar Sarney (mais conhecido como Sarnento), Collor (o que meteu a mão na grana da galera), Itamar (tapa buraco, pois cumpriu o resto de mandato do Collor que sofreu impeachman), Fernando Henrique (que apesar de ter tornado a moeda forte e acabar com a zona que era a moeda brasileira e freiar a inflação, serviu o Brasil como bolo em festa), Lula e Dilma... Já qualquer país europeu, tem mais de 1000 anos. Cada um com sua história, mas todos sendo colonizadores e não colônia, todos tendo em seus seios, a formação dos pensamentos que hoje tentamos implantar aqui, e além de um povo mais consciente de seu espaço no cenário nacional. Estava vendo uma entrevista de um jogador italiano nessa eurocopa (diga-se de passagem, como torci para Portugal vencer a Espanha...rsrsrs), o cara falava sobre situação econômica europeia e italiana para explicar que compreende a falta de torcedores italianos na eurocopa, enquanto jogador brasileiro além de não saber falar, quando fala só sai lixo...é muito diferente a realidade... agora que o Brasil está começando a dar os primeiros passos em direção a algum lugar. Estava lendo esses dias sobre o Pré-sal, existem 208 mil vagas esperando para serem preenchidas no mercado que vai explorar o pré-sal, e não se consegue profissional qualificado. Tecnologia? As siderúrgicas brasileiras, produzem só 30% do material que vai ser utilizado para exploração, porque o resto vem de fora devido a falta de tecnologia para fazer produtos que atendam a demanda tecnológica para a exploração em um ambiente que é muito mais corrosivo que o normal. E ainda estes 30% que o são comprados aqui, chega a ser 40% mais caro que o mesmo produto no mercado externo, só que como temos leis que obrigam a compra interna se houver produto similar no país, temos que comprar aqui (isso já serve de explicação para que os amigos que leem esse “testamentoâ€, do porque nossa gasolina custar em torno de R$2,79 em média no país). Tudo isso sensei, é uma situação de um país que é como um adolescente chegando a maior idade... tudo para conquistar, mas pouca experiência para alcançar seus objetivos.

Quanto a previdência social, agora o senhor “morre†de raiva...rsrsrsrs aqui temos teto... não importa quanto tenha sido sua contribuição na vida (para quem é mais antigo), no final, você não receberá mais que o teto que hoje é de R$3.916,20 (se não estou enganado) que convertendo em Euros para que o senhor tenha uma visão rápida do drama, seria equivalente a $1.538,72.

No mais, fica aquele abraço!!!