Prezados,
Para os que se interessam, vale a pena conferir. Fonte:
http://www.karatedasmeninas.com/"A passagem do sabre as mãos nuas
Até o século12, o Japão foi dirigido por uma linhagem de imperadores. Estes tinham por hábito conceder o tÃtulo de “Shogun†ao general chefe dos exércitos de campanha. O tÃtulo de “Shogun†era atribuÃdo por um perÃodo determinado e destituÃdo no final do conflito em questão. No final do século 12, o conforto entre os clãs Taira e Minamoto termina com a vitória deste último.
Yoritomo Minamoto, chefe do clã Minamoto, proclamou-se então “Shogun†para o resto da vida. Toma posse dos poderes executivo e legislativo e relega ao imperador um papel secundário. A partir daà a vida social do Japão muda. Até aquele momento, o poder encarnado pelo imperador era “de origem divinaâ€, e somente os herdeiros das famÃlias imperiais podiam ter pretensões ao trono. Com a instauração do “shogunatoâ€, a porta abre-se um novo tipo de poder: o da força militar. Os chefes de clã se defrontam sem piedade pela posse do tÃtulo de “Shogunâ€.
O Japão entra em longo perÃodo chamado de “Guerra dos clãs†e os samurais tornam-se os novos donos do paÃs. Reinam pela violência sobre toda as demais classes sociais. Somente eles tem o direito de portar os sabres (espadas), manejar armas e fazer a guerra. Representam a nova classe nobre do Japão e desprezam as outras classes, sobretudo as dos camponeses.
Em janeiro de 1868, depois de inúmeras retratações, o último Shogun do Japão anuncia aos chefes de clãs que entrega oficialmente o poder nas mãos do imperador Mutsuhito. Começa a despontar o Japão da era moderna.
Mesmo assim houve uma batalha: batalha de desespero, de ultimar Kyoto. Cinco mil samurais leais a Satsuma, Choshu e Tosa, liderados por Takamori Saigo reduzem a nada o sonho dos revoltosos. A vitória foi definida. Saigo mostra-se totalmente aliado ao imperador, despontando como herói da restauração imperial.
Toda nação Japonesa começa a se remodelar segundo os padrões estrangeiros, a fim de fazer face a pressão vinda da Ãndia e da China. A revolução Meiji foi espantosa: as reformas atingiam até aqueles que haviam outrora feito a grandeza do paÃs e agora viam-se fadados a desaparecer... os samurais.
A perspectiva de serem “rebaixados†ao nÃvel de indivÃduos comuns faziam os samurais estremecerem. O Japão novo não os apreciava mais! O descontentamento era grande e nova ameaça de conflito armado se delineava.
Depois da vitória de 1868, Saigo passou a recusar todas as honras que lhe propunham, o que aumentou sua popularidade e seu prestÃgio, mas não foi visto com bons olhos pelos oficiais. Aos 43 anos, mesmo assim, foi posto à testa da guarda imperial, de 100,000 homens, ainda exclusivamente recrutados da antiga classe dos samurais. Em 1872, Saigo foi nomeado general chefe de todas as forças armadas do paÃs e, no ano seguinte, chegou ao grau supremo de marechal. Sabia, entretanto, que os samurais já estavam condenados definitivamente como elite militar. Em 1873, Aritomo Yamanaga promulgou uma lei segundo a qual todos os homens de 21 anos seriam, independentemente de sua origem social, inscritos nos registros de seleção do novo exército japonês. A fronta aos samurais estava consumada.
A marginalização dos samurais se deu em várias etapas. Primeiro os poderosos “Daimio†perdiam suas funções, depois seus castelos eram confiscados e seus exércitos eram dispensados. Pagavam-lhe, todavia, confortáveis pensões e essa situação era mais ou menos aceita conscientemente que estavam de que a manutenção de seus feudos estaria acima de suas posses.
Os samurais passavam a duas categorias: Shizoku (pequena nobresa) ou Sotsuzoku (soldados), já que um novo tipo de exército começava a despontar. A perspectiva de serem rebaixados ao nÃvel de indivÃduos anônimos, com direito a um soldo vulgar, era algo mais temido que a morte. Algo inaceitável! Entretanto um dos resultados espetaculares da revolução Meiji foi de destituir de suas funções dois milhões de samurais que logo passaram a sofrer privações pois não sabiam fazer outra coisa. A solução encontrada peloi governo, a atribuição de pensões, na verdade não cobria mais do que um terço das despesas dos antigos guerreiros. As pensões foram então convertidas em tÃtulos garantidos pelo estado...
Depois acabaram de joga-los nas colonizações de terras principalmente na ilha de Hokkaido. O mundo dos samurais desabava de vez. A era Meiji desferiu sobre as artes marciais japonesas um golpe quase fatal. Numerosas escolas de armas conheceram enormes dificuldades.
Aquele que é considerado o último samurai, Sokaku Takeda, não tinha ainda 17 anos quando a revolta de Satsuma, mas já era um temido guerreiro. Sua vida era o sabre: instrutor da polÃcia, guarda-costa, encarregado de missões especiais. Era sempre requisitado graças a suas habilidades no manejo dessa arma.
Seu encontro com o mestre Tanomo Saigo seria determinante na evolução das artes marciais no Japão. Saigo disse-lhe um dia: “A vida do sabre está terminando. O mundo muda. É preciso mudar também. Você tem que aprender a arte do combate com as mãos nuas se quiser que sua escola sobrevivaâ€.
No princÃpio Takeda recusou, depois acabou por aderir a visão de Saigo e empreende seriamente o estudo do método Oshikiuchi, ensinado por Saigo. Takeda cria, em seguida, sua própria escola chamada Daito-Ryu. Em 1915, na ilha de Hokkaido, ao norte do Japão, local de colonos e samurais, encontra um jovem experto e faz dele seu discÃpulo e utideshi. Anos mais tarde Ueshiba se tornaria o fundador do AIKIDO."