Autor Tópico: Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade  (Lida 4620 vezes)

Offline Lino-do

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #15 Online: Julho 25, 2013, 16:08:07 »
Cara, fiquei emocionado!

Budo de verdade, sensei de verdade!!

Concordo plenamente, ótimo vídeo.

INSPIRADOR!

OSS
"Quando o inimigo arma seu golpe, minha mão já está em seu pescoço, não para sufocá-lo, mas sim para impedir que seu corpo morto pertube a harmonia da natureza, ao cair pesadamente no solo"
                                                  Shiro Tanaka

Offline Platão

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #16 Online: Julho 26, 2013, 12:39:50 »
Bom! É chato de dizer, mas a maioria dos professores de Karatê nem sabem quem foi Funakoshi ou sabem que existem os vinte princípios do Karatê (que eu esqueci o nome), e tão pouco qualquer tipo de filosofia ou religião oriental que sustente a tradição das artes marciais japonesas. Estudo um pouco por conta sobre xintoísmo, budismo e confucionismo por estudar Filosofia de um modo geral.
Já disse uma vez: se o professor não tiver uma busca mística ou filosófica de busca pessoal pelo 'caminho', ele considerará Karatê apenas como luta.
OSS

Offline katsumoto

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #17 Online: Julho 26, 2013, 13:10:52 »
Budo é pratica.
O Reige deve ser praticado dentro do DOJO.

Nao existe misticismo nas Artes marciais. Isso é coisa de PROFETAS.
A Educacao mostrada no Video vem de berço.
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline Tsuki

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #18 Online: Julho 26, 2013, 13:22:08 »
COm certeza a educação de berço tem um papel fundamental, mas um sensei sério tbm ajuda muito.

Treino Karate em um centro esportivo do Governo do Estado, onde as aulas são gratuitas. O centro esportivo fica nom eio de uma área de risco aqui de Vitória, os aluno são na maioria adolescentes que convivem no seu dia a dia com gente que nao presta. Mas meu sensei, apesar de jovem leva o karate muito a sério e passa isso para os alunos. O ambiente no dojo é de respeito e os alunos levam o treinamento e a Budo muito a serio. Ao contrario do outro dojo onde treinei que era uma bagunça, os adolescentes fazem oq querem, pq o sensei nao está nem aí pra nada.
Oq define um bom Karateka segundo Shoshin Nagamine:

"Punho infernal, coração santo."

Offline PSekiMG

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #19 Online: Julho 26, 2013, 20:58:07 »
Osu,

Não se estressem: alguns neste fórum só compreendem uma parte do Karatedo, motivo pelo que as outras partes não lhes são convenientes. Limitar é o que essas pessoas fazem de melhor. Desapeguem-se destas "entidades" que dominam "todo o conhecimento" sobre a arte marcial. A verdade não precisa ser dita; precisa ser vivida. Embora o conhecimento não possa ser transferido, ele deve ser espelhado. Desta forma, um exemplo sempre deverá existir para guiar. Ou seja: se você pode demonstrar boas maneiras num Dojo, talvez uma, dentre dez, possa compreende-la.

Osu.
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Offline Platão

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #20 Online: Julho 27, 2013, 17:04:52 »
Budo é pratica.
O Reige deve ser praticado dentro do DOJO.

Nao existe misticismo nas Artes marciais. Isso é coisa de PROFETAS.
A Educacao mostrada no Video vem de berço.

Bem, não sei quem é o senhor, embora veja as pessoas aqui lhe chamando de sensei.
Essas afirmações suas vão contra o que eu li no livro de Funakoshi: Karate-Dô, o meu modo de vida. Então, independente de quão mestre o senhor seja, eu fico com o que li do Funakoshi.
OSS

Offline katsumoto

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #21 Online: Julho 27, 2013, 18:26:43 »
Platao,

Nao se preocupe.
Profetas como vc ja conheci muitos.
So espero que sua filosofia e misticismo o ajude na hora que algum moleque vier te assaltar. Ai vc mostra o livro do Funakoshi pra ele.
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline PSekiMG

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #22 Online: Julho 27, 2013, 19:53:09 »
Osu,

Eu avisei: alguns neste fórum só compreendem uma parte do Karatedo, motivo pelo qual as outras partes não lhes são convenientes. Limitar é o que essas pessoas fazem de melhor.

Osu.
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Offline Bodhi

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #23 Online: Julho 28, 2013, 22:22:48 »
 ??? ??? ??? ??? ???

Fato: "Os mestres" japoneses que introduziram o Karate no Brasil nem mestres eram na época, e a julgar pela educação (nem vou enumerar mais adjetivos, mas poderia..) não são mestres até hoje.

Fato: Karate-Do não tem misticismo. Não têm "soco de uma polegada". Karate é para machucar, o que cada um faz do "Do" é uma questão do Dojo onde se treina, e de um projeto pessoal (esporte, regras para a vida, saúde física e mental, etc etc).

Penso que o contexto histórico em que o "Karate-Do" foi criado é muito importante para se entender o livro do Funakoshi. Além disso acredito que o Karate Shotokan hoje seja muito mais Nakayama do que Funakoshi: Nakayama introduziu a "porrada comendo" através do Jyu-kumite (ou Shiai?), e acabou com qualquer pensamento mistico que poderia haver, afinal uma encarada de 2 horas não vence uma luta...o que acham   ?  :)


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Offline PSekiMG

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #24 Online: Julho 28, 2013, 22:44:07 »
Osu,

Há quem prefira a filosofia do O-Sensei Funakoshi Gichin; há quem prefira o esportismo do Sensei Nakayma Masatoshi (embora eu acredite ser este o modelo técnico mais evoluído e científico). Karatedo é "apanhar no Dojo para não apanhar na rua", seja na parte física, psicológica ou espiritual, pois "quanto mais se sua, menos se sangra".

Osu.
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Offline Bodhi

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #25 Online: Julho 29, 2013, 13:03:22 »
Osu,

Há quem prefira a filosofia do O-Sensei Funakoshi Gichin; há quem prefira o esportismo do Sensei Nakayma Masatoshi (embora eu acredite ser este o modelo técnico mais evoluído e científico). Karatedo é "apanhar no Dojo para não apanhar na rua", seja na parte física, psicológica ou espiritual, pois "quanto mais se sua, menos se sangra".

Osu.

Olá PSeKiMG,

O meu ponto é que não tem uma "filosofia" (no sentido "strictu") por trás do Karate, como pode parecer a partir de uma leitura do livro do Funakoshi. E sim, o karate,  é uma prática com  raizes históricas bastante ricas (de Okinawa), modificadas pela filosofia (agora no sentido vulgar) militarista japonês, que foram introduzidas pelos japoneses. Da mesma forma que os shiais foram introduzidos por Nakayama e hoje é enraizado no Karate.

A questão da esportivização, da forma como entendemos o esporte hoje, corre paralela. Afinal os kumites de antigamente, mesmo em competições, eram bastante contudentes o que apontava um aspecto mais marcial do que esportivo. Penso que competitividade não seja sinônimo de esporte necessariamente.

O Karate não teve influências zen budistas como o Kendo, que veio do Kenjustu, e desde láaa de trás já havia conversas entre monges e espadachins (como Takuan). Funkoshi introduziu "aquela luta local" de Okinawa no Japão, e no Japão, como aconteceu com outras artes e práticas, o Karate ganhou uma ritualização e novos aspectos.

Agora, dois pensamentos: a história que é contada é a história dos vencedores (e Funakoshi foi vitorioso na sua empreitada). E Funakoshi era um professor que sabia, e contou com a poderosa ajuda de Kano, como formatar o Karate (e sua 'história') para ter sucesso no Japão.

De um certo ponto de vista Funakoshi e Kano foram muito mais "executivos" e "promotores" do que lutadores. O que não os desmerece, pelo contrário, só valoriza o potencial humano desses dois gênios. Eu sou admirador especialmente de Kano, apesar de agradecido a Funakoshi pois não sabemos o que teria acontecido sem ele (eu suspeito que teriamos o Karate difundido mundo afora de qualquer forma).



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Offline muluk

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #26 Online: Julho 29, 2013, 13:27:27 »
Gosto de ser pratico, quando um aluno começa, primeiramente peço que siga todo o cerimonial de respeito, peço que sempre acompanhe um graduado, lhe ensino kihon, kata, e ele vai crescendo, aprendendo o karate. Educação vem de casa, se não tem, ele aprende o respeito, pelo menos ao dojo.

Simples, não exponho o misticismo, que ele esta aprendendo uma arte mortal, mas enfatizo que devemos sempre conter nosso espirito de agressão e procuro sempre trazer a arte para a vida real.
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Offline Bodhi

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #27 Online: Julho 29, 2013, 13:39:19 »
Gosto de ser pratico, quando um aluno começa, primeiramente peço que siga todo o cerimonial de respeito, peço que sempre acompanhe um graduado, lhe ensino kihon, kata, e ele vai crescendo, aprendendo o karate. Educação vem de casa, se não tem, ele aprende o respeito, pelo menos ao dojo.

Simples, não exponho o misticismo, que ele esta aprendendo uma arte mortal, mas enfatizo que devemos sempre conter nosso espirito de agressão e procuro sempre trazer a arte para a vida real.

Ótimo! Pois foi sob o "pretexto educacional", no contexto da reforma Meiji, que o Karate foi introduzido. Jigoro Kano foi um grande educador, talvez um dos maiores de todos os tempos !
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Offline PSekiMG

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #28 Online: Julho 29, 2013, 14:11:38 »
Osu,

Bodhi,

As técnicas de punho oriundas do antigo Reino de Ryukyu são frutos do conhecimento local e de inúmeros intercâmbios entre Japão e China (mais este do que aquele). Muito tempo depois de sua formação naquele lugar, quando passou a ser chamado por Karate, um componente da tradição japonesa foi acrescentados a designação para que se adequasse aos moldes educacionais daquela época de pós guerras, motivo pelo qual o conceito de "Do" fora introduzido ao que atualmente chamamos por Karate-Do (ou Karatedo).

O "Do" compreende vários fatores, sendo a filosofia apenas um destes, pois a visão moderna de Karate constitui uma doutrina, algo mais abrangente e que não pode ser resumido a "isso" ou a "aquilo", mas num conjunto indivisível, necessário e indispensável.

Filosofia, pelo que percebo, tornou-se um tabu neste fórum, mas garanto que não há nada de vulgar em dizer que no Karatedo há "amor à sabedoria". O que, de fato, não existe no Karatedo são os conceitos militarizados que existiam nos antigos Daimyo antes da Guerra Boshin. Há hierarquia e o respeito deve existir acima de tudo, mas rituais e cerimônias mais maçônicas do que marciais não fazem parte deste contexto.

É natural que O-Sensei G. Funakoshi tenha se dedicado a expansão do Karatedo, até mesmo por conta de que, quando chegarmos numa idade mais avançada, devemos ter pupilos mais jovens e com maior disposição para cuidar da parte física do negócio, motivo pelo qual os anciãos cuidam mais das partes mais imateriais, compreende? Neste caso, Sensei M. Nakayama, quando mais maduro, também buscou levar o Karatedo para além do Japão.

Esta conversa é extensa...

Osu.
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Offline Bodhi

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Re:Exemplo para os Professores japoneses de Karate no Brasil...Humildade
« Resposta #29 Online: Julho 29, 2013, 15:13:24 »
PSekiMG,

Excelentes comentários.

Quanto a ideia de filosofia não acho que seja tabu, mas é frequente vermos abusos de linguagem, talvez também como no uso da palavra misticismo.

Enquanto qualquer tipo de misticismo é impensável no Karate, talvez a minha percepção sobre a ausência de um sistema filosófico no Karate mereça justificativa.

O Wikipidia é uma droga, mas como é de fácil acesso:
"Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amor à sabedoria») é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.1 Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori."

Acredito que muitas práticas podem ser fonte de autoconhecimento e busca da verdade. No entanto, historicamente, no Karate nunca existiu uma associação assídua com qualquer fonte filosófica, como houve com os espadachins mais cultos quando buscavam o zen. A prática da cerimonia do chá, que Nakayama comparou ao Karate em uma entrevista, é permeada por referências zen budistas. O Karate não tem uma influência dominante de qualquer corrente filosófica reconhecida. Talvez até porque tenha se construido através de práticas interculturais, e sofrido muitas influências. O que se construiu, de fato, foi uma prática de defesa (e ataque). E não uma "arte" espelhada em algum sistema filosófico particular.

Mas, como em qualquer outra arte (agora lembrei do livro "Zen e arte de consertar motocicletas"  :D :D :D) tudo pode ser sujeito a uma aproximação filosófica. E foi isso que Funakoshi, entre outras coisas, deu a entender. Mas, que na minha opinião, foi algo muito mais pontual ("Filosofia do Karate") do que histórico .
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