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Karate => Métodos de treinamento, Dojos ou Academias => Tópico iniciado por: Alexander dos santos em Maio 25, 2012, 14:01:05
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Não sei se este é a sala mais adequada, mas qualquer coisa, os moderadores sintam-se avontade de corrigir o posicionamento deste tópico.
Eu tenho a pretensão de em breve (não significa uma data tão próxima assim), me tornar um professor de karatê, e passar o karatê como eu o vejo. Mas uma dúvida me corrói. Será que tenho talento para ser um professor de karatê, alguém que um dia poderá ser chamado de sensei por outras pessoas?
Esta semana, meu sensei sofreu um acidente, nada de grave, mas que somado a greve de ônibus e as chuvas constantes que caem em Salvador desde o inÃcio da semana, ele não pode ir dar as aulas, no que imediatamente eu o substituÃ, como sendo seu aluno mais graduado no dojo. Na segunda feira, passei kihon frente a frente, para que a molecada do projeto que levei para o condomÃnio, percebesse melhor para que serve cada defesa que eles tem aprendido, começar a ganhar a noção de distância, tempo de golpe, e sentir a pressão de um encontro de membros num movimento de ataque e defesa. Foram em torno de 50 minutos, comigo mostrando, explicando, corrigindo, tirando dúvidas. Me chamou a atenção, como eles ficaram quietos, e como ouviam e observavam cada demonstração e cada movimento que eu fazia, e como buscavam fazer o mais parecido com o que eu estava demonstrando a eles. No final, faltando uns 10 minutos, como tinha pares perfeitos, ninguém sobrava e ninguém era muito maior que o outro parceiro, eu os coloquei sentados no canto do dojo, e de dois em dois, fiz uma “brincadeira†com eles, onde eles tinham que se posicionar frente a frente, cumprimentar com o OSS, e quando eu dissesse Hajime (não sei se é assim que se escreve), eles tinham que em um minuto, tocar o peito do outro com a mão espalmada, mas tinham que manter guarda e movimentação de combate. Foi muito legal ver como os movimentos apesar de inocentes, foram sérios e sem consequências de contusões ou constrangimento. É uma pena que não pude gravar, pois estava atento a qualquer possibilidade de acidente ou qualquer outra coisa que pudesse machucar. Em resumo, todos se divertiram e ao meu ver, treinaram karatê.
Na quarta-feira, eu tive que dar aula novamente, e com uma turma reduzida por motivos diversos, aproveitei para ensinar o heian shodan. Então fiz kihons de cada movimento. Mostrando, explicando, tirando dúvidas. Depois de uns 30 minutos, comecei a fazer o kata com eles.
Primeiro eu mostrei o kata. Fiz sozinho na frente para que pudessem ver, falando golpe a golpe. E fui fazendo. Resultado, pude pegar cada um deles depois, e mandar fazer o kata, e todos, sem exceção, fizeram o kata todo. Um erro ou outro, uma confusão ou outra, mas todos, executaram o kata todo. E para minha surpresa, os alunos perguntaram o que eu faria depois da aula, pois eles queriam continuar. Ou seja, eles gostaram.
Aà vem minha pergunta, isso mostra que o meu método de ensinar é bom? Isso seria o indÃcio que posso ser um bom professor de karatê? Porque eu não quero ser só mais um professor, eu quero ser um dos bons!
Sei que para alguns vai parecer besteira estar trazendo isso aqui, mas gostaria de ler as crÃticas a este método que uso, e se tenho que aquietar meu facho porque isso foi só uma sorte de eu ter acertado um dia.
Um abraço e fico aguardando as respostas!
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Alexander,
Ou o seu treino foi bom ou o do seu sensei está muito ruim!
uahuahuhau
;D ;D ;D ;D ;D ;D
Brincadeira!
Acho que a primeira coisa que temos que ter em mente é que cada pessoa tem uma didática diferente para apresentar aos alunos.
Como você veio com uma novidade para seus colegas de treino (que talvez seu sensei não tenha abordado), a molecada acabou ficando mais entretida.
Acredito que dar aula é uma coisa que você vai aperfeiçoando com o passar do tempo.
Quanto a sua pergunta, se você poderá ser um bom professor, acho que só o tempo dirá.
Lembre-se que o sucesso é apenas o resultado de um bom trabalho.
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O professor tem sempre a árdua tarefa de procurar o equilÃbrio entre sua proposta de trabalho, os interesses de seus alunos (que são diversos) e aquilo que a instituição deseja que seja feito. O indÃcio que você se refere esta na pergunta: Me sinto bem em ensinar as pessoas porque acredito na mudança delas e da sociedade?
Sugiro que procure entender o sentido do lúdico no processo ensino aprendizagem, vai ajudar muito nesta metodologia que você descreveu.
Oss!
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Amigo, posso dizer-te que o caminho é justamente este que está seguindo... Mas dar uma aula é uma coisa... todos os dias É OUTRA BEM DIFERENTE! Não querendo diminuÃ-lo ou tirá-lo o ânimo, mas vc há de convir que planejar um mês de aula é algo um pouco mais complexo, contudo a força de vontade e o desejo de ensinar é o que alimenta cada dia o professor. Ensine sua técnica, mostre o caminho e deixe-os "caminhar" pelo Karatê!
Boa sorte!
OSS
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Parabéns Alexander por almejar tão nobre posição.
Ser professor (um bom) é uma das tarefas mais difÃceis do mundo na minha opinião.
O nosso amigo Cabadapest sabiamente resumiu em pouquÃssimas palavras o tamanho do desafio.
Se você gostou da atividade imagino que você tem grandes chances de se tornar um bom professor. Aliás gostei de suas idéias pena que não filmou pra gente ver.
As vezes penso que ser um bom professor de artes marciais me parece bastante como ser um bom professor de matemática, alguns vão te amar e os outros...não sei rsrsrs.
OSS!
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Caro Alexander,
Se você será um bom professor ou não, só o tempo dirá, mas me parece que você tem 2 coisas imprescindÃveis para um bom professor: vontade de ensinar e interesse em que os alunos aprendam (tem gente que acha que é a mesma coisa, mas são coisas diferentes).
Se é que posso lhe dar um conselho, ou talvez seja mais uma sugestão, estude muito karatê. Muitos professores começam bem e no inÃcio até são bons, mas "param no tempo" e não evoluem.
Parabéns e um abraço,
OSSU/HAI
GEM
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Aà vem minha pergunta, isso mostra que o meu método de ensinar é bom? Isso seria o indÃcio que posso ser um bom professor de karatê? Porque eu não quero ser só mais um professor, eu quero ser um dos bons!
Então tenho dois comentários.
Primeiro, quem treina (neste caso, ensina) igual aos outros, tende a ser igual aos outros. Sempre tenha isto em mente, e busque sempre aperfeiçoar seu método.
Segundo que o único indÃcio de que seu método de ensinar é bom e que você é um bom professor, é a qualidade e quantidade de alunos formados por você. Não tem como saber assim. Eu sugiro planejar as aulas de acordo com seus objetivos e estrutura disponÃvel, desenvolver sua comunicação e seu próprio karate, já que é exemplo pra eles.
Manter os alunos ocupados 100% do tempo, e como você descreveu, buscando aperfeiçoamento de maneira sincera, é uma qualidade dos melhores professores na minha opinião.
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Osu, Alexander e amigos!
Seu desejo é nobre! Por ser nobre, também é belo.
Ensinar é um dom. A energia de um bom professor contagia e incentiva o aluno a querer aprender e melhorar.
Penso não ser possÃvel comparar o professor de Budô com um professor acadêmico. Isso porque, no segundo caso, o professor pode não conseguir o melhor do aluno simplesmente pelo fato desse aluno não estar interessado na matéria que o este leciona. O professor de Karate, no entanto e em princÃpio, está as voltas com alunos voluntários (salvo raras exeções), que desejam e querem...
Sua experiência demonstra que você tem capacidade de cativar seus alunos. Isso, certamente é um indÃcio que tens o potencial para ser um Sensei, um bom professor.
Minha experiência em lecionar Karate-do tem me mostrado que ao lidar com uma arte marcial potencialmente letal (e no meio em que leciono - o meio militar - isso é uma realidade), é sumamente importante estarmos com os sentidos voltado para a inibição da atitude violenta, desleal, maliciosa. Essas percepções tem que ser apuradas para não "criarmos" seres violentos, sádicos. Especialmente com crianças, isso deve ser muito bem entendido. É nessa hora que se conhece um bom professor.
O Sensei tem que ter a mágica de ensinar a paz através de socos e chutes. Fazer com que os alunos se respeitem trocando golpes em lutas, e mais... Fazer com que eles compreendam a harmonia em um mundo violento.
Se você deseja buscar o verdadeiro caminho do Budô e ensiná-lo, então, você precisa entender isso em você para formar verdadeiros karateka.
Boa sorte e muita Paz!
Osu!
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Quero agradecer a todos que responderam, e dizer que tenho plena convicção que foi uma experiência muito boa, mas somente uma experiência. Mas meu desejo é realmente ensinar karatê um dia. Por prazer mesmo, eu já tenho minha profissão, logo, ensinar karatê é uma realização pessoal.
Todos os comentários foram anotados e guardados, e os que ainda vierem, entrarão nas minhas anotações.
Pelo que vi, pelo menos estou no caminho certo. Isso já é, por sà só, um motivador.
Um abraço a todos, e obrigado de coração!