Tópico: Alunos x Faixas x Campeonatos via CBK

[BigBoy]

Prezados companheiros,

   um Feliz 2017 para todos!

   Ã‰ com grande saudade que escrevo-lhes e, ao reler a minha despedida lá em Dez´2013, eu percebi que deixei avisado que a conta iria ficar ativa para conversarmos vez ou outra. Então aqui estou eu, hehehe...

   O motivo que venho conversar com vocês envolve uma dúvida acerca das academias filiadas à CBK por meio de suas federações estaduais.

   Ã‰ de meu entendimento que, para tais academias, seus senseis precisem atender a certos padrões protocolares.

   Neste caso específico de minha dúvida seria inscrever, penso que um padrão protocolar seja  os alunos que manifestem interesse em participar deste ou daquele campeonato que tenha sido elencado no cronograma da federação nos quais estes alunos tenham as devidas credenciais para participar.

   Um exemplo: há uma categoria por idade, peso, faixa e que o aluno bata tais requisitos. Para mim, isso basta para que o aluno ou seu responsável, caso seja menor de idade, apresente-se a seu sensei e solicite sua inscrição.

   No Judô, por exemplo, ocorre inclusive o contrário, há vezes em que os pais precisam dizer "não" ao sensei, tamanho é o volume de eventos e a criança muitas vezes precisa estudar ou enfim, tenha outros compromissos.

   Apresentado este conceito e pensando que tal padrão protocolar exista, suponham que exista certo sensei de certa academia, que é filiada a certa federação vinculada à CBK, que escolhe alguns alunos, que ele considera de destaque para - nas palavras dele - levar o nome do dojo. Tal sensei leva, portanto, somente alguns alunos que ele considera que tenham potencial de ganharem medalha.

    Em tal academia, as criancinhas recebem esta notícia, suadinhas, sentadinhas no final de suas aulas, que a fulaninha é quem irá pro campeonato. Saliente-se aqui que tal fulaninha tem a mesma faixa que o mesmo tempo de casa que cinco ou seis criancinhas que ali estão sentadinhas, escutando entristecidas, a tal notícia.

   A questão, ao meu ver, é que o karatê da CBK tem diversos instrumentos pedagógicos em suas competições para introduzirem a arte marcial para a criança. Há o sumô, a competição para tirar o lacinho, entre outros elementos que considero formidáveis para introduzirem a arte marcial.

   Portanto, passando-se os anos e tais crianças sendo preteridas "porque não merecem representar o dojô", acabam perdendo a oportunidade única de sentirem aquele friozinho na barriga ao enfrentarem outra criança desconhecida, controlarem a adrenalina, enfim, crescerem e amadurecerem a cada competição. No belo dia em que "sejam escolhidas", já precisarão usar as luvas e já estarão maiores, competindo com outras com mais experiência por terem vindo lá de trás, competindo "do zero".

   Perdoem-me a visão, mas pra mim, quem age assim, dá a entender que quer se autopromover usando seus alunos como crianças-propaganda, querendo passar a falsa ideia de que seus representantes são todos "fodinhas".

   E aí recaímos naquela velha história que permeia muito papo de karatê, onde endeusa-se o sensei e não os "seus frutos". Podem perceber, em diversos momentos, que muita gente refere-se a "e como tá o dojô tal?" "Ah... o sensei continua forte feito uma rocha..."  Não se pergunta o quão forte está a divulgação de seu karatê, quantas vidas ele mudou! É ele, ele, o sensei, o pica grossa....

   E aí causa-me indignação ao ver gente surpreendida com um número que às vezes não é baixo de graduados que se desvinculam de determinado dojo, por acharem que seus senseis começaram a dificultar sua progressão. Tais atos podem ser diversos, por exemplo, por ficarem na retranca, não permitirem que seus graduados também galguem a postos maiores.

   Enfim, eu torço pra que não seja isso (eu... eu.. eu.. o sensei... meus alunos... eu escolho quem deva ME representar... blá, blá, blá).

   Apresentados tais termos, pergunto-lhes: um sensei de uma academia filiada à CBK tem tal tipo de autonomia para selecionar alunos para "representarem seu nome"? Podem reduzir o escopo do público-alvo para as crianças abaixo de 12.

   Um grande abraço a todos.

[Cabadapest]

Big Man "O Retorno"!!!

Big, este é o tipo de professor que quer mostrar que é o "fodão" através de seus alunos "fodinhas" KKKKKKKKK
É o tipo de profissional falho, porque os alunos excluídos dos eventos tendem a se frustrar e os próprios pais não toleram este tipo de posicionamento. Para os "fodinhas", também tem consequências, porque geralmente são muito cobrados por resultados. Infelizmente esta é uma prática comum não somente no Karate, as entidades esportivas desrespeitam o que é amplamente discutido por estudiosos, as consequências da iniciação esportiva precoce para as crianças. Crianças com menos de 12 anos, não deveriam participar de competições, apenas de atividades recreativas sócio-esportivas de cooperação e colaboração. 

Sobre cumprir protocolos da CBK, não creio que exista, o que pode existir por parte de alguns dirigentes é uma pressão para que o professor leve a maior quantidade possível de atletas ($$$), já houvi falar de pressão e ameaça de desfiliação em outras entidades que prefiro não citar, no Brasil acontece de tudo, a máfia das entidades esportivas não estão nem aí para crianças ou atletas de alto nível, engana-se quem quiser ou quem precisa defender seu presidente. Entretanto, quem manda no Dojo é o Sensei, quem tem conhecimento e postura ética não se submete a procedimentos inapropriados, nem coloca culpa em federação, nunca ouvi falar de federação entrar em academia para dar palpite, é só pagar as taxas para não ficar clandestino e fazer seu trabalho de acordo com os ditames de sua consciência.

OSU!

[BigBoy]

   Os demais pais não chegam a se frustrarem, pois estão "em terra de cego", isto é, trata-se da primeira academia com a qual têm contato, pois os pais nunca praticaram artes marciais e, de uma maneira geral, são seus primeiros filhos.

   E aí, rola aquele lance de "sentirem-se honrados" ao "poderem ser convocados para representar a academia".

   Eu mesmo é que não vou estragar essa visão deles, só considero uma falha de caráter por parte de quem proponha.

   Faixa é faixa. Um aluno faixa amarela, é amarela e pronto. Se é roxa, é roxa. Não interessa que seja o fulaninho ou o sicraninho. Se o sensei não considera que o aluno não possa amarrar a faixa x na cintura do aluno, que não a conceda. Simples.

   Em termos de radicalidade, o máximo de exagero que me recordo foi algumas academias de Jiu-Jitsu antigas. Na do Carlson, por exemplo, contavam que só progredia de faixa aquele que subia no pódium nos campeonatos, isto é, se pegasse pelo menos 3o lugar. Havia outras onde pra pegar faixa era preciso "passar o rodo" em todos os colegas de faixa igual na academia. Atingindo esse nível, o professor interrompia um "rola" e, no meio da aula, tirava escondida uma faixa e presenteava o aluno, de surpresa. Em ambos os casos, jamais havia impeditivos para que o aluno resolvesse testar-se, desafiar-se, para participar em certames públicos.

   Que coisa, heim?

   Eu tinha deixado a minha esposa cuidando disso. Agora vou baixar o calendário das competições da Federação. Se rolar esse negócio de novo, vou tentar resolver na prosa. Se não der, vou tirar o meu piá do Karatê. A idade vai pesando e a gente começa a ficar tolerante com muita coisa, por aprender na marra a conviver com as pessoas como elas são, isto é, com seus defeitos. Ocorre que há defeitos de caráter que pesam absurdamente de forma negativa. E aí não tem jeito.

[PSekiMG]

Osu.

Cabadapest,

[...] a máfia das entidades esportivas não estão nem aí para crianças ou atletas de alto nível, engana-se quem quiser ou quem precisa defender seu presidente. Entretanto, quem manda no Dojo é o Sensei, quem tem conhecimento e postura ética não se submete a procedimentos inapropriados, nem coloca culpa em federação, nunca ouvi falar de federação entrar em academia para dar palpite, é só pagar as taxas para não ficar clandestino e fazer seu trabalho de acordo com os ditames de sua consciência.

Verdade.

Acrescento apenas que houve um tempo em que o instrutor, proprietário da academia, era o único e o legitimado a dizer "sim" ou "não" ao que quer que fosse. Acontece que atualmente este tipo de gente está se tornando raridade (e acredito que vocês fazem parte desta vanguarda pelos depoimentos e experiências trocadas neste fórum), pois num país como o nosso, praticamente tudo passa por jogos de interesses a serem vencidos custe o que custar, mesmo que seja a saúde de um atleta, a frustração de alguns pais, a exclusão de outros praticantes ou mesmo a desonra da arte marcial.

-//-

BigBoy,

Bom retorno ao fórum!

Sobre a questão das faixas, nem preciso dizer que concordo com suas colocações, pois são, como sabemos, o óbvio do óbvio. Acontece - e o que digo adiante não é dissonante - que algumas pessoas precisam da faixa para assumirem funções que seriam descabidas a praticantes que não dessem a entender que já o fazem aquilo há algum tempo e que já possuem certo domínio para imporem certo respeito. Em outras palavras, sabemos que existem instrutores que simplesmente vendem graduações e pronto, seja por amizade ou troca de favores. Cabe a quem tiver o mínimo de consciência possível se afastar destes verdadeiros cânceres, pois impregnam a coisa de tal forma que a faz parecer até legítimo.

Osu.

[Cabadapest]

      Eu tinha deixado a minha esposa cuidando disso. Agora vou baixar o calendário das competições da Federação. Se rolar esse negócio de novo, vou tentar resolver na prosa. Se não der, vou tirar o meu piá do Karatê. A idade vai pesando e a gente começa a ficar tolerante com muita coisa, por aprender na marra a conviver com as pessoas como elas são, isto é, com seus defeitos. Ocorre que há defeitos de caráter que pesam absurdamente de forma negativa. E aí não tem jeito.

Big,
acho que você deveria pensar no que é mais importante para a educação do garoto. Leve em consideração se ele gosta das aulas, do grupo de coleguinhas, se estes eventos são realmente significativos para ele, veja se existe um ambiente pedagógico favorável ao seu filho, a mentalidade do professor é o resto.

Tenho dois filhos, o primeiro começou com 6 anos e agora tem 12 (está há 2 anos na roxa), percebo que ele não dá muita bolas para as competições, embora se saia muito bem, mas eu tento incentivá-lo a participar porque lá ele encontra os amigos, visto que ele passa muito tempo sozinho. Já o pequenino de 7, nem treina ainda, só brincamos de kata e kumite no tatame, mas adora as competições, eu tento levá-los pelo menos uma vez por ano.
Não concordo com crianças treinando firme, criança tem que brincar. Não vale a pena sacrificar uma infância para se ter uma "Mahiro Tanako".

Osu!

[BigBoy]

Fui falar com o homem.

Meu Deus, como a minha cabeça é confusa. Ao entrar no dojo, aquele ambiente limpinho, os tacos encerados e brilhando, algumas fotos preto e branco com tobi gueris... é como se fôssemos falar com uma namorada que se perfumou e vestiu-se de forma exuberante.

Como é ruim a gente ter coisa mal resolvida na alma da gente.

Começamos a conversar e, pra resumir a conversa, que durou mais de uma hora, eu saí de lá com planos e retornar aos treinos quando voltasse para a cidade.

E o meu piá? Eu não tinha ido lá pra falar dele?
Vai continuar lá e eu vou arrochá-lo pra treinar mais.

Eu gosto do karatê

[GEM]

Big, que saudade meu camarada!

Será que rola um novo encontro então em 2017?

Grande abraço.

OSU.

[Arivaldo]

Olá BigBoy, quanto tempo!
Acredito que o bom sensei tem o dever de proteger a integridade de seus alunos. Não é porque o aluno quer participar, signifique que tem condições e ai cabe ao Sensei ser sincero com aluno. O aluno acaba virando saco de pancadas e vai acabar desistindo do treino e/ou os objetivos do treino de karate-do. Havendo interesse poderia o sensei criar torneios interno que também serve de motivação e já vão acostumando a participar de uma competição sem o peso de vencer. O cooperatismo para crianças seria o melhor caminho para uma aprendizagem correta do ensino de valores e da arte marcial propriamente dita.

Grande abraço,
Ary-Santos-SP

[Gustavo-RJ]

Ô figuraça,

Eu não posso ajudar, não entendo nada disso.

Vamos marcar outro encontro daqueles?

Some não. Vamos fazer um grupo no whatsapp.