Tive um surto e escrevi um lampejo ali no Pinto San, o qual repito aqui para refletirmos.
Há um jeito bem prático de se ensinar respeito no karatê, viu? Sem aquelas sessões de sermões, etc. Acompanhem:
CarÃssimo Pinto San,
Observei no karatê uma poderosÃssima forma de ensinar respeito através de um sensei que tive o prazer de ter aula com ele.
A forma através da qual ele ensinava o respeito era transmitindo respeito. Pense você uma cidade bem fria daqui do sul do Brasil. Agora some a isso chuva e vento. Ok... pois esse sensei, acontecesse o que fosse, ele estava comandando a saudação, quase sem precisar olhar para o relógio para "sentir" o ponteiro cruzar o "zero" das seis e meia da manhã. A forma paciente com a qual ele tolerava certos erros dos brancas, erros estes corrigidos nos amarelas, cobrados dos vermelhas, assim... com uma tranquilidade como que se soubesse já no que irÃamos errar. Era absurda a precisão. E pacientemente sentÃamos o kime, a postura, os chutes indo gradualmente melhorando.
O que quero mostrar é que ele não ficava ajeitando a posição do dedão do pé de um branca. Sabia que muita coisa ainda precisava ser moldada até se chegar a tal dedão. E isso contagiava, ensinando a afobados esperarem pacientemente a vez para falar, a vez para aprender determinado kata e, exportando para a vida lá fora, aprendiam a esperar os frutos da vida ficarem maduros para sorvê-los.
O respeito era que como algo que ia sendo absorvido e automatizado para fora do dojo e atuava como um cimento que ia unindo esses tijolos de aprendizado.
Não vi isto em nenhuma outra arte marcial.
[]´s
BigBoy