Tópico: Ensino do karate-do para crianas.

[Arivaldo]

Com a inserção do sufixo “DOâ€� na prática do karate sua busca passou a dar mais ênfase para a manutenção da saúde  e do bem estar físico e mental e talvez pôr último defesa pessoal.
Com essa mudança o karate-do ficou mais acessível  Ã  todos, inclusive as crianças, devido a falta de espaços  para brincarem, principalmente nas grandes cidades, estão sendo matriculadas em clubes ou academias de artes marciais.
Como os professores de karate-do, podem ajudar no processo de formação das crianças ?
Podemos utilizar os jogos cooperativos para ajudar no processo de formação ?
Considerando, que hoje o professor não é dono da verdade, mas um elo de ligação entre o conhecimento e o aluno como podemos utilizar os quatro (4) pilares da educação:
1- saber (conteúdo)
2- fazer (prática)
3- conviver (como utilizar seu conhecimento na sociedade)
4- ser (exercer a cidadania)

dentro do contexto atual do karate-do ?

abraços

Ary - Santos/SP

[Luiz]

Especificamente considerando o ensino do karate-do para a criança considero de fundamental importancia a formação academica.

Oss...

Luiz

[Arivaldo]

Concordo com vc Luiz, mas como este trabalho está sendo feito nas academias ? Estamos ensinando apenas técnicas ou também estamos contribuindo para o processo de formação das crianças ?
Paralelamente ao ensino das artes marciais para crianças e adolescentes não podemos por um lado detectar os seus valores e por outro buscar caminhos viáveis para que esses valores sejam articulados na promoção de seu próprio desenvolvimento?

abraços

Ary Santos/SP

"GUEI DO MUGUEM"
O caminho da arte é infinito

[Neto110]

O karate enquanto cultura corporal em aulas próprias para crianças tem muito a adicionar no desenvolvimento das crianças mas eu avalio o trabalho que minha academia faz numa "contra-mão" que vou fazer entender:

Como há outras academias e sou o professor dos outros professores que dão aulas na cidade tenhoa  reponsabilidade de preservar a pureza da arte pois se eu relaxar o ensino meus alunos vão fazer pior.

MInhas aulas são tradicionalíssimas: dou as ginásticas fazendo, faço todos os kihon junto com os alunos que conseguem acompanhar e depois monitoro pedaços de kata e bunkai no restante de aulas até o momento que libero os mais graduados para alguns treinos de reflexo e encerro com considerações sobre a aula e a arte.

Brinco pouco, tento aproveitar o máximo o tempo (que considero pouco) que tenho com os alunos.

Dou aulas para meus alunos e para os graduados de um professor meu que dá aulas em minha academia nos mesmos moldes e tenho como resultado um time que pode dar um soco e ser reconhecido como karateka em outro lugar pelos karatekas.

Já dei aulas mais lúdicas mas naõ consegui, ao final de algum tempo ficar satisfeito com o resultado final que eram atletas que sabiam téncicas tinham até endurance e força mas não tinham o espírito que eu entendia tiha que ter o karateka e desde então ensino um pouco do modo japonês (já criticado como ultrapassado por muitos) de agir e pensar para eles.

[Arivaldo]

Neto 110,

As crianças hoje em dia são matriculadas no karate para fugirem do sedentarismo e fazer uma atividade física  etc.. Muitas nem estão preocupadas se vão ser atletas ou não.  Na faixa etária de 5 a 10 anos como vc ou  outros professores trabalham ?

Numa entrevista a revista kiai o Mestre M. KAWAWADA  respondeu da seguinte forma :

Kiai – O futebol é tão popular no Japão como o karate já o é aqui ?

Mestre Kawawada – na verdade, no Japão, hoje as pessoas não querem se sacrificar muito. Esporte é apenas recreação. A tendência e que tenhamos por lá cada vez mais pessoas batendo bola do que usando kimono.

Pelo que dá a entender pela resposta do mestre lá no Japão não esta muito diferente.

Como podemos fazer para tornar as aulas mais cativante e manter essas crianças motivadas em sala de aula e sair daquela monotonia ?

Será que a forma tradicional de ensino não será mais aproveitada quando o aluno tiver idade suficiente para entender e por opção própria escolher o que quer do karate ?

abraços

Ary - Santos/SP

[Arivaldo]

No trabalho com crianças na faixa etária de 05 a 10 anos, 60 a 70% da aula trabalho com recreação e jogos visando melhorar a coordenação motora, lateralidade, cooperatismo etc., e com isso manter a motivação do grupo.
Mas, a maior dificuldade e quando vc tem que avaliar a criança, pois se por um lado consigo reunir inúmeras atividades que possibilitam o desenvolvimento das qualidades sócio-educativas e desenvolvimento das habilidades motoras da criança o karate fica comprometido no seu aprendizado.
Como podemos fazer para conciliar um trabalho com crianças nessa faixa etária e manter qualidade no ensino do karate  :idea:
Aguardo sugestões,

OSS

Ary - Santos/SP

[Neto110]

Não aceito crianças menores que 7 anos em minhas aulas.

Quando elas burlam meu secretário e entram, são crianças que duram pouco porque querem brincar e meu propósito ali não é este: brincar com crianças, tenho horário para crianças na academia mas neste horário (que é mais caro) meu contrato com os pais das crianças naõ é senão introduzir os fundamentos do karate que deverá ser desenvolvido por elas em outro horário qundo chegar a idae acertada de fazê-lo se eles tiverem vontade ou interesse.

Se s pais podem forçar as crianças a ficarem conosco na academia eu trabalho algo que torne o tempo delas produtivo não necessariamente o karate como entendo deve ser ensinado, mas algo que seja palatável a elas na idade que tem na situação que enfrentam.

As crianças mandam em seus pais na maioria dos casos e só ficam na academia enquanto convém a eles ou não vejam coisas melhores para fazer.

Este ano de 2006, vai ser o ano que vou investir pesado na divulgação voltada para crianças de 5 a 8 anos e vou poder postar, este meu relato é a síntese de experiênicas isoladas de ensino no trabalho que faço desde 1990.

[Hapli-Komo-Leu]

Olá Neto!
Interessante os seus textos sobre Karate,especialmente estes sobre o que Vc.pensa em aulas para crianças.
E,por falar nisso onde é sua academia?

Oss!
Hapli
Pedro

[Neto110]

Saudações Pedro.

MInha academia fica em Catalão, interior de Goiás, a meio caminho de Uberlândia(MG), Goiânia(GO) e Brasília(DF).

Meu trabalho foi facilitado aqui por ter sido eu quem iniciou o trabalho de divulgação mais metódico aqui e por não viver de karate.

Já estive em Ribeirão 2 vezes e estou organizando para ir mais regularmente no ano de 2006 treinar com o Roberto. INfelizmente para mim não consegui manter minha programação este ano, ou teria ido no segundo encontro em Ribeirão e no encontro de Final de ano em São Paulo.

[fran]

Gostei da opinião dos que ensinam...
Vou dar a minha opinião como praticante e como pai de uma filha que já praticou: tae kwon do, capoeira, judo, natação e agora (nessa hora fico até inflado de orgulho) estamos juntos treinando kyokushin.
Bom, acho que em primeiro lugar é a criança que deve mostrar o interesse, aos pais cabe analisar as condições de autorizar ou não que a criança "experimente" a pratica do esporte, vejam bem, eu propositalmente utilizo o termo experimentar pois acho que é isso mesmo que acontece no início...não acho que os pais devem logo de cara gastar uma fortuna em equipamentos e já dizer para toda a família que seu filho ou filha já é um esportista...Primeiro converse na academia, compre as coisas aos poucos...literalmente dê um tempo para a criança conhecer o que é o esporte...e só no tempo certo é que saberemos.
Claro...nem preciso dizer que a criança deve estar sempre em um lugar sério, autorizado e competente.

[Neto110]

sério, autorizado e competente.

Não sei como avaliar estes quesitos, mas não concordo com o autorizado. Autorizado por quem?

Expecifique melhor o que você chama de sério e competente.(notar é para meu aprendizado mesmo.)

[Arivaldo]

Não podemos querer dar o mesmo tratamento do adulto para criança só por se tratar do ensino de uma arte marcial.
A criança precisa ter oportunidade para desenvolver a formação física básica (andar, correr, saltar apoiar, lançar suspender, transportar, exercicios de pernas e braços combinados ou independentes, desenvolver o equilibrio usando o o próprio corpo, noções de ritmo, tempo de reação, desenvolver noções da lateralidade, postura corporal etc.) ou seja crescer de forma consciente.
Acredito que um trabalho mais lúdico seria o mais indicado ao invés de enfiar nela uma aula de karate com a seriedade que lhe é peculiar, pois eu poderia estar me arriscando agindo dessa forma perder um futuro karateca bom e brilhante. Excluir a criança do aprendizado e impondo limites de idade também na minha opinião não seria a solução.
Como podemos deixar a aula de karate mais estimulante para crianças e ao mesmo tempo manter um nível técnico compatível ?
Deixo ai minhas dúvidas ..........

obrigado,

Ary - Santos/SP

[Neto110]

Uma aula de karate para crianças nos moldes que o Arivaldo falou não me parecem aula de karate. mas concordo com ele com so princípios que ele indicou.

[Luiz]

Tenha em mente que você não conseguirá prender a atenção de uma criança na faixa etária de 5 a 8 anos por mais que 20 minutos.
Considerando aula de uma hora você terá 40 minutos para gastar a energia dela com a parte lúdica porque 90% dos pais procuram na academia uma forma de gastar a energia dos baixinhos...

Oss...

Luiz

[fran]

Caro Augusto, pensei em tentar descrever algum conceito individual desses quesitos..mas iria ficar teorico demais para esse espaço e pra não dizer chato.
Vamos tentar ser objetivos, eu não sou infalivel e como todos aqui até posso um dia ser induzido a erro..mas, acho que frequentando um ambiente durante algum tempo eu tenho condições de avaliar se o trabalho é sério e tem méritos..se a aula é dada com cuidado e a devida atenção..é isso que chamo de seriedade...não necesariamente sizuda, estamos falando em crianças e tenho ceretza que a aula pode ser dinâmica e descontraida sem tornar-se um parque de diversões.
Quanto a competência dos professores, essa discussão é antiga..claro que entra o conceito pessoal de cada um sobre competência e passa a ser uma questão de escolha profissional de quem val lhe prestar um serviço.
Quanto a autorização...não sou um burocrata mas estamos falando em artes marciais...acho sim necessário a academia estar devidamente registrada e autorizada por um órgão sério e competente(de novo) bem como estar diretamente ligado o prefessor ao seu professor e assim por diante...não podemos esquecer a tradição do Karatê.