Autor Tópico: Kenshusei  (Lida 7092 vezes)

Offline Juan (opasto)

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Kenshusei
« Online: Julho 20, 2006, 17:36:01 »
Já li por diversas vezes aqui no fórum os comentários sobre o treino de instrutores da JKA, mas sempre tive curiosidade de saber pontualmente como eram esses treinos.

Bom, hoje eu achei um testemunho do Sr. Scott Langley (atualmente Yondan da JKS), irlandês, que esteve por 5 anos treinando no Japão. Durante esse período ele participou e concluiu o curso, e resolvi compartilhar um resumo do texto (traduzido meia-boca) com os karatekas do fórum.

Não sei ao certo se foi na JKA pré JKS, na JKS ou na época em que as duas se chamavam JKA, o importante é que o Sensei dele era Kagawa. Tive recentemente a oportunidade de ver um vídeo do Kagawa e a técnica e kime dele são impressionantes.

O treino é realmente constantemente brutal e intenso, onde os sempais transformam os kenshusei kohais em sacos de pancadas, e que frequentemente são seguido por longas sessões de bebedeiras, junto com os sempais, que forçam a beber grandes quantidades de álcool até altas horas da madrugada e sendo alvo constante de todo tipo de piadas. Depois de um breve período de sono, os kenshusei devem ser os primeiros a chegar ao dojo e se preparar para o treino matutino que se inicia as 10:30.

O treinamento é muito entediante para a a maioria dos ocidentais. O treino era iniciado com a prática de gyaku tsukis (talves cem de cada lado) seguido de mae geri (também cem de cada lado). Isso era realizado normalmente na frente do espelho, com os kohais na frente e os sempais atrás de olho em cada movimento.

Depois eram realizadas 20 repetições de cada técnica andando. Todas as técnicas eram bem básicas, e as maiores combinações continham 3 técnicas.

Depois desse kihon, que levava entre 45 e 60 minutos, se iniciava o treino de kumite. Primeiro eram praticadas um sem número de repetições de gohon kumite, passando para jyiu ippon ou jyiu kumite. Depois disso seguia-se um treinamento de 15 minutos de kata.

O maior perigo do treinamento geralmente ocorria antes ou depois do treino. Nessas horas algum sempai poderia te "convidar" para um jyiu kumite. Durante esse treino o kenshusei fica totalmente a merce do sempai. Por exemplo, se um sempai achou que o kenshusei não se esforçou durante o treino, será seu dever mostrar as consequências por não dar 100%. A consequência, é claro, é a aplicação de um severo golpe pelo sempai. Você pode pensar que a saída é treinar o mais forte possível para evitar os golpes de punição. Isso é verdade, mas nem sempre as punições eram por não treinar forte. As vezes o kenshusei treina tão duro quanto é possível, mas um ligeiro erro de etiqueta ou um pé fora do lugar. e vc podia esperar pela punição.

É verdade que o curso não pode se basear em golpear o aspirante todo dia o dia todo, mas o curso se baseia no terrorismo. Os chineses definem o terrorismo como "mate um e assuste mil". Ninguém nunca morreu, mas todos sabem que desde que entraram no curso que em algum momento vão apanhar. No início pode ser uma vez por semana, passando para cada 6 meses, um ano. No segundo ano de curso as punições virtualmente param. Entretanto é o "não saber quando" que é a verdadeira pressão. O kenshusei está constantemente ciente que hoje poderia ser o dia onde será punido realmente (todos apanham bem pelo menos uma vez no curso), e enquanto os dias e as semanas se passam e não tiveram uma punição a pressão aumenta.

Sabem que se treinarem mais duro, as punições serão menos severas. Uma vez que pisam no dojo abandonam todo o controle que tem sobre si. De fato a única coisa que podem controlar é a dureza com que treinam. Assim sob esta pressão constante de sempai, os candidatos se esforçam para seu extremo, o resultado é que melhoram sua técnica em uma taxa notável. Uma pequena história para ilustrar este ponto segue abaixo…

Durante verão de 2001, particularmente intenso, estávamos treinando kumite por aproximadamente vinte minutos. Os golpes treinados eram consideravelmente fortes, e eu sabia que um pequeno erro e meu sempai não me perdoaria. Este treinamento tinha sido precedido por uma hora de kihon contínuo, e enquanto minha força estava diminuindo, houve troca de parceiros. Eu sempre encontrei dificuldade em treinar no calor do verão japonês, e este dia estava em 36 graus.

Eu estava em meu último fôlego, mas por sorte meu novo parceiro era meu único kohai no dojo. Nos estávamos atacando livre, kizami tsuki, gyaku tsuki e avançando oi tsuki. Eu ataquei com o que eu pensei ser com velocidade e força, mas meu kohai me obstruiu. O sensei de Kagawa, que estava atrás de mim prestando atenção, gritou para repetir, desta vez com velocidade e força. Entretanto minha energia foi gastada. Meu corpo não teve nada mais a dar. Eu sabia que o treino acabaria logo, mas eu tinha realmente dado tudo.

Eu fiz a combinação outra vez, mas infelizmente não satisfez Kagawa Sensei. Ele gritou “yame” e todos pararam. Andou até mim e sem aviso bateu-me com força em minha cara. Eu fui para o chão como um saco de batatas e fiquei olhando para o teto do dojo, contando estrelas. Ele chutou minhas costelas (eu não recordo com que força) e disse para me levantar e repetir  mais uma vez, mas desta vez com velocidade e força. Eu me deparei com uma escolha óbvia - repetir, mas desta vez achando alguma reserva extra da energia e fazer Kagawa Sensei feliz, ou fazer outra vez o mesmo e enfrentar sua fúria. Eu não sei onde mas eu encontrei a energia extra, a e o satisfez, e assim sobrevivi ao treino.

O ponto é que os candidatos são colocados em extremos de pressão e são forçados a irem além de seus limites normais. A maioria das pessoas param muito tempo antes por conta das suas mentes, antes de chegar a fadiga de seu corpo. Entretanto, quando enfrenta uma pressão extrema a mente se depara com uma opção, continuar treinando ou se colocar em perigo (isto é, a fúria de Kagawa Sensei). 99% do tempo o corpo é mais do que capaz de continuar a treinar. Socialmente fazemos o uso de somente 70% de nossa força física. Sob tal pressão nós vamos além daqueles limites sociais normais, essa forçada extra é o que faz nosso karate melhorar exponencialmente.
OSS!
Juan Claudio Martin

Offline RENGO-KAI

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Kenshusei
« Resposta #1 Online: Julho 20, 2006, 17:45:26 »
Se isso for verdade, estes "MESTRES" cospem no Dojo-Kun...E não são dignos de admiração e respeito...Cada vez mais admiro os GRACIES que não se curvaram, e mostraram aos japoneses, que não é tão facil bater em quem estar disposto revidar...

Offline Maximus-Decimus

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Kenshusei
« Resposta #2 Online: Julho 20, 2006, 17:47:37 »
Primeiramente Oss:

Wowwwwwww, bom, uma vez foi discutido isso aqui no fórum, quem entra dentro de um dojo no Japão principalmente nos melhores dojos de Karate, tem que aceitar treinar nos termos deles. Não gostam disso? Acham eles chatos, entendiantes? São racistas e preconceituosos?

Pois é a solução seria: Não treine com eles, os japoneses não irão mudar somente pq eu ou vc ou até nós todos não concordamos com a visão deles.

Agora quer treinar com eles? Vai rebolar conforme a música deles.

Oss!!
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Offline RENGO-KAI

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Kenshusei
« Resposta #3 Online: Julho 20, 2006, 17:48:49 »
E mais mostram que são covardes, queria ver els enfrentar um mal educado lutador de BJJ...Desculpem mas Kagawa Sensei com essa atitude...rasgou o DOJO-KUN e mijou encima da lapide de Sensei Funakoshi que sempre falou que o objetivo do karate é cessar a agressividade.

Offline RicardoCosta

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Kenshusei
« Resposta #4 Online: Julho 20, 2006, 20:34:50 »
Conheço algumas histórias a respeito do próprio Nakayama que deixaria em dúvida o que de fato nós entendemos sobre o Dojo Kun. Por outro lado, lendo o que alguns postaram aqui, fico me perguntando se não há um que de esquizofrenia em participantes desse nosso fórum. Pois, no post sobre Yahara Sensei, acharam que o fato dele ter quebrado em um kumite 3 costelas de outro Sensei, um absurdo, mas agora, leio aqui que se queremos treinar com os Japoneses temos que aceitar o treino deles, se não que não treinemos. Para mim isso é uma baboseira. Acho muito mais desleal um Sempai abusar de sua autoridade junto a kohais do que dois Senseis capacitados se quebrarem em um pega de kumite. Penso que é necessário refletir melhor antes de se postar, se não nosso cárater não estará seguindo o verdadeiro caminho da razão.
Oss
Ricardo Costa
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Offline katsumoto

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Kenshusei
« Resposta #5 Online: Julho 20, 2006, 21:49:16 »
Diferentemente do que foi Postado aqui,no Kenshusei em 1968 morreu um Japonês.barbaramente espancado por seus sempais em pleno TREINO. Na época foi veiculado que o mesmo estava doente e que teve uma crise hepática no Dojo. Na verdade apanhou tanto de seus superiores que teve seu Figado totalmente destruido.
Esse fato me foi contado por um Kenshusei Ocidental,aliás o primeiro a se formar no Curso Internacional da NKK,que me reservo o direito de não citar o nome.
Ficou lá por 3 anos e só não morreu por interferência do Sensei Shoji que gostava muito dele. 8O
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline RicardoCosta

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Kenshusei
« Resposta #6 Online: Julho 20, 2006, 21:58:59 »
Pois é....

Isso é um absurdo. Depois vem com a conversa de que a pressão é só psicológica?  8O
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Ricardo Costa
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Offline FozzieBear

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Kenshusei
« Resposta #7 Online: Julho 20, 2006, 23:09:51 »
Não entendo o idioma japonês, mas ja li que a palavra kenshusei significa 'aquele que treina ao extremo'.  O próprio texto acima diz que todos são informados antes do inicio do curso de que irão apanhar, pelo menos uma vez.  Ninguem é forçado a participar, esta lá por que quer.

Offline FozzieBear

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Kenshusei
« Resposta #8 Online: Julho 20, 2006, 23:19:03 »
Tanto Scott Langley quanto Richard Amos (outro formando do curso) afirmaram que não são só os estrangeiros que apanham, os japoneses também levam porrada.   E começam a adquirir respeito dos demais quando revidam da mesma maneira.   De qualquer maneira, não vejo razão para esta brutalidade acontecer.

Offline RicardoCosta

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Kenshusei
« Resposta #9 Online: Julho 21, 2006, 08:33:13 »
Continuo insistindo.
O que acho estranho nesse fórum é a incoerência de alguns.
Oss.
Ricardo Costa
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Offline samurai

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Kenshusei
« Resposta #10 Online: Julho 21, 2006, 08:57:38 »
Katsumoto

É o mesmo que vc ja citou no forum em outro topico sobre kenshusei ???

OSS

Offline ZenKen

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Kenshusei
« Resposta #11 Online: Julho 21, 2006, 08:59:11 »

Offline ZenKen

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Kenshusei
« Resposta #12 Online: Julho 21, 2006, 09:06:38 »

Offline Juan (opasto)

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Kenshusei
« Resposta #13 Online: Julho 21, 2006, 09:34:09 »
Na verdade, pelo que entendi, essa conclusão que todos irão apanhar bem, pelo menos uma vez, foi uma conclusão tirada após o curso, ou pelo que se fica sabendo nos bastidores (como nós). Faz parte do que ele chamou de terrorismo. Também acho que só participam de sandans, graduados pela JKS/JKA, para cima, ou seja, não há nenhum desavisado.

Quanto ao tratamento diferenciado dado aos estrangeiros, em uma entrevista o Scott conta:

Você foi o primeiro não-japonês a se graduar no famoso curso kenshusei da JKS, como você foi convidado?

Foi um pouco difícil!  Durante meus primeiros anos no Japão, o sensei Kato saiu da JKA (JKS), e como eu era muito ligado a ele, isso me colocou um pouco em desvantagem.  Contudo, eu persisti.  Eu treinava todos os dias e fui deixando subentendido para o sempai do hombu dojo que eu gostaria de fazer o curso.  Eu sei que o sensei Kagawa não gostava muito da idéia de ter um estrangeiro no curso, mas então eu treinava ainda mais.  Ninguém nunca falou comigo sobre o curso; eu sabia que o teste era em março, por isso, em fevereiro eu comecei a ficar preocupado, achando que não seria chamado.

Até que um dia, depois do treino, na primeira semana de março, o sensei Kagawa veio até mim e disse “o teste é na próxima terça, esteja lá ao meio-dia”.  Essa foi a primeira vez que ele me dirigiu a palavra... Esse foi o meu convite.


Por outro lado aparentemente ele não guarda nenhuma espécie de rancor ou mágoa do curso ou do Kagawa:

Você pode nos contar uma breve história que tenha acontecido com você durante o curso kenshusei?

 Existem tantas!  Entretanto, ao invés de contar uma história que aconteceu comigo, vou contar uma que aconteceu com o sensei Kagawa.  Ele treinava no curso de instrutores há dez anos, enquanto o sensei Nakayama ainda ensinava lá.  Ele era membro da seleção japonesa e uma estrela em ascensão dentro da JKA.  Ele nunca faltava um treino, já tinha se graduado, e todos sabiam que ele seria muito bom.  Em todo aquele tempo, a única vez que o sensei Nakayama dirigiu a palavra a ele, foi num dia que ele estava praticando Tekki Shodan.  O sensei Nakayama falou para ele puxar mais o braço do hikite... na verdade o sensei Nakayama não chegou a falar, ele simplesmente apontou para o braço do sensei Kagawa e sinalizou para ele puxá-lo mais.  Mesmo assim, o sensei Kagawa ainda se lembra claramente daquele momento, e o guarda com carinho.

Eu poderia ter contado das várias vezes em que meu sempai me bateu pra valer, mas eu já falei disso em muitos outros artigos.  Acho que a curta história que eu contei do sensei Kagawa, representa um outro lado do curso e também um outro lado dele.  O sensei Kagawa, provavelmente o karateca mais técnico de sua geração ainda se lembra do mais curto encontro com o sensei Nakayama.  Então porquê ele continuou todos aqueles anos no curso?  Não pode ter sido pela aprovação do seu sensei.  Tem que ter sido por ele mesmo. Eu acredito que o curso te ensina a ser auto-suficiente.  Treinar forte, mas principalmente, treinar forte por você... e se você receber o menor reconhecimento do seu sensei, aí vai ser a cobertura do bolo, mas não deve ser nunca a razão para treinar.  Eu deixei o Japão em 2002 com medo por ser a primeira vez na minha história no karate que eu não teria um sensei com quem treinar diariamente.  Contudo, o que eu percebi é que, o que o curso tinha me dado, e o que eu tinha me dado, era a habilidade de treinar e exigir mais de mim.  Desde então, já me falaram, e eu sinto que, meu karate continua a crescer e melhorar.  Eu acho que esse é o melhor aspecto do curso.


Aparentemente a violência sempre esteve presente no karate. Nos textos que falam sobre Gigo Funakoshi é usada a expressão "mandar pro chão" quando se referia a facilidade que ele tinha na praticava do jyiu kumite com os outros faixas pretas. Ou quando citam os treinos de Egami (antes das mudanças) ou Okuyama. Isso era no pré segunda guerra, portanto antes da NKK.

A questão é que todos os karatecas que admiramos e o karate que gostamos passam obrigatoriamente pelo curso. Tambem nos filmes de artes marciais que vemos o mestre sempre é um carrasco com seu discípulo. Nas forças armadas a pressão é semelhante. Ou seja, essa forma de estimular é de praxe para fazer os alunos se superarem e melhorarem sua capacidade técnica física e emocional.

No Brasil, tenho conhecimento que passaram pelo curso os Senseis Okuda e Enio. Este último, que eu saiba, não ministra aulas. Os Senseis Pedro, Carlos Rocha e Roberto, que são nossas referências mais diretas, não fizeram o curso, mas tenho quase certeza que se tivessem oportunidade, no momento certo, o teriam feito. De qualquer forma passaram pelo treino com Sensei Okuda. E pelo que me contaram, sobre Senseis Carlos e Enio quando treinavam a coisa era muito intensa, não sei se nos mesmos moldes de hoje. Só eles podem dizer. Do ramo dos Messias, que também passou pelo Okuda, apesar de haver diferenças técnicas, o treino de kumite no seu dojo é bem intenso. Isso citando apenas o pouco que eu tenho conhecimento.

Por outro lado na época de Okinawa não sabemos bem o que realmente se passava, pois Funakoshi nos contou o que ele quis que soubessemos. Quando chegou com o karate no Japão tinha 60 anos e muitas das coisas que ele escreveu foram com uma idade maior ainda, idade em que é comum fazer uma re-avaliação do seu caminho, que sem dúvida influenciou muito em tudo que ele nos deixou. Será que se ele tivesse levado o karate pro Japão com 30 anos seus ensinamentos não seriam diferentes?

Quando jovem, Funakoshi treinava sobre muita pressão de seus mestres, mas não nos conta como era feita. Se era só por respeito ou se havia algo mais. Por outro lado, na mesma época haviam karatecas, ao oposto de Funakoshi, extremamente violentos como Chotoku Kyan.

Funakoshi levou um karate sem kumite para o Japão e foi seu filho que se empenhou e fez toda a base do kumite.

A dúvida é será que esse estimulo extra não é necessário para formar bons karatecas? Não estou dizendo de fazer isso com faixas menos graduados, mas acima de determinado dan ou para formar instrutores. Será por isso que o karate está cada vez mais ginástica/recreativo/esportivo e menos arte marcial? Será que quem treinou daquela maneira, mas hoje tem uma visão contrária, teria o mesmo karate se não tivesse sofrido essa pressão?
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Juan Claudio Martin

Offline Arivaldo

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Kenshusei
« Resposta #14 Online: Julho 21, 2006, 09:35:36 »
Com relação ao treino de instrutores da JKA acredito que já está se criando um  ar de misticismo em relação a esse treino. O treino, pode ser duro o cara pode apanhar  (pode até ser um exagero dos que fizeram para se valorizar)  mais não é impossível. Senão, ninguém conseguiria concluir esse treino.  Há alguns anos falavam muito sobre o teste das 100 lutas da kiokushin que poucos conseguiam concluir. Hoje já tem um monte de atletas que já o fazem inclusive brasileiros. Não tem segredo nenhum.
O sujeito quando se propõe a fazer um treino desse tipo tem que se preparar, não pode ser qualquer um. E mesmo assim para fazer esse treino de instrutores precisa ser convidado ou indicado por alguém que já tenha feito esse curso.
Concluindo, quem quer fazer esse curso tem que estar preparado e pronto pro que der e vier, não pode chegar lá e falar não sábia que seria assim. E em último caso, se vc não se sentir preparado pode desistir do treino de instrutores.
Nunca vi nenhum alpinista ser chamado de covarde por não conseguir chegar no pico do K1 ou Everest. Tudo e questão de oportunidade e muito treinamento e tudo tem a sua hora.

Oss,

Ari - Santos/SP