"logo que virei faixa preta, ainda não estava convencido do aikido; duvidava da eficiencia de suas técnicas e, em razao de minha limitada visão, não o achava suficiente nos mais diversos aspectos... ... várias pessoas, a maioria praticantes de JuJutsu, passaram a me procurar para complementar suas técnicas com torções e arremessos e me percebi mudando de opinião, desiludia essas pessoas dizendo que o aikido era um sistema lógico, fechado de movimentação e particular de moral e conduta, assim como embora não conhecendo, que as artes marciais deles também eram. Tentar buscar uma complementação para outra arte marcial no aikido seria mais ou menos como tentar aperfeiçoar o alemão estudando japones..."
"... Passei por algumas crises tentando compreender o porque da prática, criticando sua aparente ineficiencia e questionando a energia. Já era faixa preta e instrutor quando, numa conversa com um amigo, colega de treino e instrutor da mesma graduação, decidimos trancar a porta de um comodo vazio na academia e permanecer por exatamente uma hora só aplicando kotegaeshis (torsões no punho) e procurando evitar a aplicação quando em nós mesmos. Ele, muito mais forte, consegui aplicar dois, e eu apenas um, em uma hora inteira. Não estávamos fazendo aikido, reduzimos algo belÃssimo a uma disputa de eficiência, arriscando machucar um ao outro, e mais, procurando fazer funcionar na força e não na harmonia... ...conversando com outro instrutor resolvemos aplicar uma técnica especÃfica, uma vez cada, pra ver quem conseguia primeiro, sem a mÃnima preocupação do uke em acompanhar o movimento do tori. Durante vinte minutos não obtivemos sucesso, e as articulações começaram a cansar. Tive a sorte fÃsica e o azar psicológico de ser o primeiro a ter sucesso. Concluindo, ele se machucou seriamente e ficou dois meses sem poder usar a mão direita..."