Boa noite amigos!
Acabo de voltar de uma semana enclausurado sozinho numa casa de praia numa cidade fantasma. Não fui exatamente sozinho, meu amigo Nietzsche foi comigo e como sempre, me deu uma força. Estava falando com ele sobre Bushido, Artes marciais, vale-tudo e etc. quando ele me disse uma coisa que me fez revirar o estômago:
Aquele que vive de combater um inimigo tem interesse em que ele continue vivo.
Isso me fez pensar seriamente sobre a forma como me dedico para me livrar dos meus problemas, ou se eles são realmente problemas, ou se eles sequer existem ou se são somente um motivo para me fazer levantar de manhã. Perguntei isso para ele. Afinal, porque haveria eu de querer um inimigo? Ainda mais que ele continuasse vivo? Porque grandes guerreiros da humanidade lamentaram a morte de seus inimigos? Acho que o Nietzsche achou uma parte importante do Bushido. Feitas essas perguntas, ele me disse outra coisa:
Quem pensa mais profundamente sabe que está sempre errado, não importa como proceda e julgue.
De novo, tive tonturas, e não era por causa do meu outro amigo Jim Beam (ele sempre aparece nos momentos difÃceis). Será que era por isso que grandes karatekas, como os que têm aqui, tinham tantas dúvidas? Eles enxergam o complexo continuum entre ganhar o perder, matar ou morrer, que não sabem mais onde estão? Entender as coisas não é tão mais simples para quem não as conhece? Parece que sim. Será que é por isso que é tão difÃcil se dedicar à lguma coisa por muito tempo? Há sempre coisa ruim demais para se ver.
Não havia então possibilidade do Nietzsche me ajudar a entender melhor os objetivos de uma arte marcial. Começou a ficar complicado demais. Então ele falou sobre como a guerra e a luta exigiam uma saúde e um vigor exuberante, quase transbordante, que era esse mesmo vigor que favorecia a guerra, a dança, os jogos e outras coisas que colaboravam para tornar a vida forte e alegre. Isso ajudou bastante.
Aà eu fui perguntar para Dostoiévski o que ele pensava sobre o assunto, mas ele se deitou com a cabeça virada para a parede e falou para deixá-lo em paz.
Eu falei pra ele que precisava pensar naquilo, porque mudou muito meu ponto de vista sobre a vida, e claro sobre as artes marciais. E aÃ, ele me disse o seguinte:
É belo guardar silêncio juntos
Ainda mais belo sorrir juntos