Esportes como boxe, caratê e capoeira são recomendados para perda de peso e evitar estresse
RIO - A menos de um mês para o verão, até o mais sedentário dos mortais se anima em praticar atividade física para entrar em forma. Para os que não têm paciência para enfrentar esteiras, supinos e abdominais, uma dica é ir à luta. Literalmente. A prática de algumas delas, como boxe, capoeira ou caratê, é excelente para queimar calorias e perder peso. Em uma hora de aula, o praticante pode gastar até mil calorias.
“A prática de certas modalidades faz bem à saúde porque alivia o estresse e canaliza as tensões. Também ajuda a perder peso e aumentar o colesterol bom, o HDL. Além disso, toda atividade física sempre aumenta a capacidade cardiorrespiratória do atleta”, afirma o cardiologista Arthur Lemos.
De fato, o hábito de distribuir ‘jabs’, arriscar uma ‘meia-lua de frente’ ou fazer um ‘ague-uke’ — golpes típicos do boxe, da capoeira e do caratê, respectivamente — desenvolve a musculatura cardíaca e aumenta o volume pulmonar. Mas os benefícios não param por aí. Como qualquer exercício aeróbico, lutar tonifica os músculos, melhora a coordenação motora e libera adrenalina.
“Em vez de extravasar no chefe, cônjuge ou sogra, os alunos extravasam nos sacos de areia. Eles chegam aqui de um jeito e saem de outro, completamente diferente”, brinca o professor de Educação Física Lincoln da Silva Cavalcante, instrutor de boxe da Companhia Athletica, na Barra da Tijuca.
A estudante Ana Cláudia Monteiro, 23 anos, é das muitas que na hora do estresse corre direto para o ringue. “Antes de treinar boxe, vivia estressada. Nos dias de TPM, então, nem se fala. Hoje já me sinto melhor só de colocar as luvas. Se existe outra válvula de escape melhor do que essa, eu desconheço”, brinca Ana, que perdeu quatro quilos em três meses de pugilismo. “Dos 62, caí para 58. Mesmo assim, ainda quero chegar aos 56”, promete.
Para a presidente da Federação de Capoeira do Rio de Janeiro Fátima Colombiano, mais conhecida como Mestra Cigana, as vantagens da luta não são apenas físicas, mas também psicológicas. “A capoeira melhora a auto-estima e favorece a sociabilização dos mais novos”, garante. Como a estudante Fernanda Madasi, 12 anos, que pratica a capoeira desde os 10. “Antes de conhecer a capoeira, era muito tímida e preguiçosa. A capoeira me deu disposição para fazer ainda mais exercício”, diz.
Mas, antes de subir em um ringue ou tatame para desferir os primeiros golpes, médicos recomendam que os futuros boxeadores, capoeiristas e caratecas façam um ‘check-up’ completo. “O mais importante para evitar lesões é que sejam respeitadas as diferenças etárias e as condições físicas de cada um”, recomenda o traumatologista Bernardino Santi, da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.
