A FÍSICA DOS GOLPES DE KARATÊ
Autor: JON CHANANIE - 1999
Universidade de Virginia, Charlottesville, VA 22903
Tradução: Daniel Falcão - 2006
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Índice
1. Introdução ... 3
2. Força, Momento e Energia de Deformação ............................................................ 3
3. Atacando Superfícies .................................................................................................. 5
4. Foco Do Ataque ... 6
5. Uso Da Massa Do Corpo............................................................................................ 7
6. Especificações Do Impacto........................................................................................ 7
7. Trabalhos Consultados ............................................................................................... 8
1. Introdução
Recentemente, a antiga arte ocidental do karatê-dô (literalmente traduzido
do Japonês como "a arte das mãos vazias") ficou popular no mundo. Os
Karatekas normalmente quebram taboas, blocos e outros objetos sólidos para
demonstrar a força que o treinamento desenvolve. Muito pode ser dito sobre a
história e cultura associada a expansão desta arte marcial, mas este estudo – isto
não é nada mais que um artigo científico – vai examinar a mecânica da colisão de
um ataque de mão contra um objeto sólido.
2. Força, Momento e Energia de Deformação
Dizer que objetos maiores se movendo a uma alta velocidade atingem com
mais força que objetos menores se movendo mais devagares é fácil dizer. Na
tentativa de se quebrar uma taboa, o karateka procura atingi-la o mais forte
possível. Isto quer dizer que o karateca deve mover sua arma (ou para este
estudo, sua mão) o mais rápido possível, visando atingir o mais forte o possível.
Mas o que faz para que a “mão” seja forte? Para isto existem duas respostas,
ambas matematicamente corretas. A primeira observa a colisão em termos de
força e momento; a segunda observa a colisão em termos de energia.
Força (F) é igua a aceleração (a) vezes a massa (m): F=m.a. Momento (p)
é massa (m) vezes velocidade (v): p=m.v. Uma vez que a aceleração varia a
velocidade em relação ao tempo (t) (em outras palavras, a aceleração é a
derivada da velocidade em relação ao tempo), a força é a derivada do momento
em relação ao tempo. Equivalentemente, força vezes tempo é igual ao impulso
(Δp): Δp=F· t. Isto é significante porque o momento é uma grandeza conservativa.
Não pode ser criada nem destruída, mas passada de um objeto (a mão) para outro
(a taboa). Isto é conseqüência da terceira lei de Newton, onde diz que se um
objeto exerce uma força em outro objeto por um determinado tempo, o outro
objeto exerce a mesma força no mesmo sentido mas em direção oposta (a força é
uma grandeza vetorial) pelo mesmo período de tempo e o segundo objeto ganha a mesma quantidade de momento que o primeiro perde. O momento, portanto, é
transferido. Como o impulso (Δp) é uma quantidade fixa, F e t são
necessariamente inversamente proporcionais. Um impulso pode ceder tanta
quantidade de momento transferindo uma grande quantidade de força em um
período curto de tempo como transferindo pequenas quantidades de força por
períodos longos.
Porque, então, o movimento da mão do karateka deve ter a maior
velocidade possível? Porque se a mão se move rapidamente, seria o mesmo que
desacelerar (falando especificamente, acelerar na direção oposta à da direção do
percurso) mais rapidamente em resposta à força que a taboa exerce contra a
colisão, segundo a terceira lei de Newton (ação e reação). Se a quantidade de
tempo envolvida na transferência do momento for igualmente pequena, a
quantidade de força que será transferida para o alvo será alta. Esta transferência
súbita de grandes quantidades de força na parte da taboa que é atingida
experimenta uma forte aceleração. Se uma parte da taboa acelera mais em
relação às outras partes (que estão sendo seguradas ou apoiadas), ocorre a
quebra.
Este mesmo fenômeno pode ser analizado em termos de transferência de
energia resultando em deformação plástica. Dado um objeto com massa m1 em
repouso (a taboa) e outro objeto com massa m2 (a mão do karateka) se movendo
em alta velocidade v se movendo na direção do impacto e ignorando as perdas de
energia devido a produção de calor e som, a quantidade de energia do sistema
perdida para a deformação (ΔE) é dada pela fórmula: