Tópico: Reconhecimento Oficial do Karate

[Lezon]

Caro Rodrigo,


Não foi rude em nada e me desculpe também se eu lhe dei a entender isso.

Creia que o seu 1º.post não foi confuso para mim, agora ficou ainda mais claro.
Como tal, como somos ambos homens de convicções firmes, o assunto encerrou aqui.

Saudações amigas

[Domingos]

Meus caros amigos,

Sou novato no forum. Mas isto de federações é tudo uma treta Faço karate há 30 anos  e só nos 3 últimos é que me federei mas estou a pensar deixar de o fazer. A federação é quase 100% karate desportivo (coisa que não faço nem tenciono fazer), as minhas duas associações organizaram dois campeonatos. Nacional de cadetes e juniores 2006/2007 e o regional de cadetes e juniores da mesma época. A federação não teve despesas financeiras na organização destes eventos. Cada associação paga 500 euros por época mais 6 euros por cada aluno, se quiser seguro médico são mais 5 euros. Vim a saber que a federação tem um débito de aproximadamente 90 mil euros. Para onde vai o dinheiro que as associações dão? Para sustentar os arbitros, pagar viagens a delegações que acompanham os atletas aos torneios e campeonatos internacionais. Agora digam-me e ajudem-me a tomar uma decisão se eu não entro na competição para quê filiar na federação? Só para os cursos de treinadores? Mas esses mesmos cursos custam grana 100 euros treinador monitor,200 euros treinador nivel 1 e por aí fora. Saudações BUDO

[Lezon]

Caro Domingos,

Cada um é livre de escolher e tomar as suas decisões.
Se não faz competição,  penso que se federou apenas a pensar nos cursos e para se legalizar perante a lei.
Agora é livre de fazer as suas opções para o futuro, não só por si como para com aqueles que lhe estão agregados.
Saudações

[Domingos]

Caro Lezon
Que eu saiba aqui em Portugal ainda não vi nenhum dojo ser fechado por incumprimento da lei a não ser no tempo da CDAM, mas diga-me uma coisa porque não existe uma "secção" não competitiva na federação? De certeza que esta minha ideia não é original.
Saudações

[Lezon]

Caro Domingos,

A ideia não é não original. De facto tem toda a razão, eu próprio, durante anos a fio falei muitas vezes na questão da criação de um departamento não competitivo.
Tentei sensibilizar as pessoas que podiam e deviam fazê-lo, porque na realidade é inconcebível que a federação nada dê em troca de quem paga todas as suas obrigações, ou seja, a quem a sustenta no essencial.

As associações deviam todas em unísseno e em assembleia geral,  pôr a questão em equação, e aí fica bem definido o poder e os interesses das associações. É de todo em todo lamentável que a maioria dos contribuintes (taxas de inscrição e revalidações) seja de alunos que não competem, e nada se lhes dá em troca.

Tem toda a razão e mais alguma caro Domingos, mas não deixe de lutar por essa questão, que eu embora longe, lutarei na mesma por ela aí. Por isso, se me permite, o conselho que lhe dou é para não abandonar a federação e lutar por esse direito.
Garanto-lhe que eu mesmo longe, vou lutar e influenciar.

Quanto ao assunto dos Dojos fecharem ou não, o Domingos sabe muito bem que já existe uma legislação. Sabe também como são os portugueses, só mesmo no final é que procuram entrar na lei, por isso meu amigo, tanto quanto eu sei, o caso que também tem a directriz da CEE, vai entrar brevemente em acção, disso não tenha dúvidas.

Abraços

[Neto110]

Lezon: quando se fala que um povo dominou uma arte no campo técnico, é preciso definir critérios: pelos meus, eles não dominaram nada, a não ser uma prática que eles mesmos "criaram" através de modificações na arte original.

Assim, quando falei dominação estava citando dominação no sentido do poder mesmo, segundo os elementos que um europeu definiu o poder, no caso, MIchel Focault, nada a ver com técnica, porque esta definição dispensa definir critérios.

Eles foram competentes para ver a prática, entender que ela estava inserida num contexto cultural e para poder assumi-la com autoridade aos olhos de outrem, programaram sua desarticulação de seu contexto (no meu entender, uma mutilação sem precedentes), e aí, conseguiram seu intento.

Notar que naõ ewstou atacando os europeus, mas apontando uma leitura de ocorrências

Sobre uma orgnaização fechar uma entidade respeitável só porque ela não está filiada a uma organização que pretensamente deveria representar todo mundo mas não o faz, isto é algo que naõ imagino vá ocorrer: os juízes preferem chamar todo mundo e fazer um ajuste de conduta, impondo metas para ambos os lados.

[Domingos]

Caro Lezon,

Obrigado pelo conselho. Só uma pessoa com a sua experiência era capaz de lutar contra essa injustiça mas, como sabe, há duas associações que dominam a assembleia geral. O que é que eu e associações pequenas como as minhas podemos fazer? Custa-me deixar a federação visto que, para o bem do karate português, todas as associações deviam estar ligadas à federação mas quando recebi o telefonema de um director técnico de uma associação do meu estilo de karate a dar um valor do passivo da federação fiquei triste e a perguntar se vale a pena continuar federado...

Um abraço,

Domingos

[Lezon]

Caro Domingos,

Eu sabia que me ia falar dessas associações que dominam a federação em questão de votos, o que é lamentável. Mas acredite que muita gente há dentro delas que começou a despertar para a realidade e estão também decididos a combater tamanha desigualdade, pelo que lá virá o dia em que uma assembleia geral tudo irá mudar.

Saiba que dentro do CPK e APOGK, começam a surgir outras mentalidades, pelo que essas pessoas também vão precisar dos apoios das associações mais pequenas, as quais juntas, vão acabar por superar em votação  com a ajuda daquelas que são as intermédias que muitas vezes são arrastadas e aliciadas pelas duas associações acima referidas.

Esse será o grande momento, pois deverá ser aí que se deva partir para a REVISÃO DOS ESTATUTOS, essencialmente para alterar o sistema de VOTAÇÃO.

Meu caro Domingos, é claro que se eu estivesse fisicamente em Portugal, a minha influência era mais notada e mais positiva, mas creia que  daqui deste país longínquo que é o Brasil, mas que a grande maioria dos portugueses gostam, também lutarei tudo farei para que as coisas mudem.

Estou consciente de que a minha vinda para cá "abalou" muito e minha associação, mas as coisas começam a estabilizar, já que eu daqui estou em permanente contacto  com eles. Também continuo contactando os mais representativos de cada estilo, pois neles todos tenho bons amigos. Por isso, fico contente que o Domingos
embora não sendo do meu estilo de Karate, tenha sabido acolher as minhas palavras e que as tomou como conselheiras.

Creia que só por dentro se poderá mudar o rumo dos acontecimentos. É o que estou tentando incutir no espírito dos meus amigos brasileiros.

Um abração.
Lezon
     
 

[Domingos]

Caro Lezon,

Espero que essa assembleia se realize muito em breve.

Essas pessoas que querem mudar a federação para melhor deviam, muito rapidamente, entrar em contacto com as associações mais pequenas nomeadamente as que não fazem competição. E olhe que há muitas do meu estilo que não estão federadas porque pensam que é um exagero o valor que se paga anualmente mais o que é pago pelos atletas.

Um conselho vindo de uma pessoa com a experiência do Lezon é sempre bem vindo. Espero que um dia tenhamos a oportunidade de nos conhecermos pessoalmente.

Um abraço,
Domingos

[katsumoto]

 Hoje, li uma entrevista com o Mestre Asai, que faleceu ano passado onde ele dizia que aquele que se preocupa com Politica no Karate nao tem tempo para treina-lo.
Ele cita a briga politica pelo poder da JKA, onde todo mundo quer ser o Chefao.
Concordo com ele, alias,opiniao tambem de um grande Mestre aqui do Brasil que decidiu deixar as Federacoes e nem por isso continuou a ser respeitado, alias , o mais respeitado Mestre japones de SP.
Por mais que alguns tentem atraves de cargos provar que tem mais importancia que este Mestre, na verdade estao bem atras dele........
Respeito se conquista, nao se ganha no grito...

[Lezon]

Amigo Katsumoto,

Concordo com a sua opinião e, curiosamente, para que saiba, eu tenho por hábito de dizer que " a política não treina, nós é que treinamos", e, por outras palavras, o falecido Sensei Asai disse praticamente o mesmo!

Esta é uma verdade que todos deviam interiorizar e passar a praticar.

Hai!!! Oss!!!
Lezon 

[fran]

Longe e coitado de mim querer discordar dos Mestres, porem....
Penso que realmente não podemos ser ótimos em tudo, mas também não precisamos ser péssimos em quase tudo.

Dá pra ser ótimo em uma coisa,
Bom em outras,
Razovel em algumas,
Ruim em coisas de menor importância,
Péssimo o mínimo possível,

Resumindo, se for pra ajudar pode ser um ótimo Karateca e um bom politico.

[Neto110]

POdemos ser melhores que os políticos, mas para ganhar dos políticos no jogo deles temos que ser piores que eles e aí naõ dá.

Dá para fzer uma boa política, mas no meu quintal.

[fran]

Caros Amigos amantes da Arte Marcial Karatê,
Na discussão em andamento (Organização, Federação, Confederação, etc) nós temos de ter em mente quando falamos no Político não como o ser que trata ou se ocupa da Politica.
Não é isso.
Quando eu escrevi que posso ser ótimo Karateca sendo bom político, eu estou retratando o Político como o ser que revela sagacidade, discernimento e que sabe conduzir acontecimentos e/ou pessoas.
Conseguiram notar a enorme diferença?
Podem me contestar dizendo que é dificil encontrar essa pessoa, mas não venham dizer que é impossível.

[Neto110]

Eu percebi o que você disse fran, só insisti em destacar a diferença entre administrar o esporte e fazer o que alguns fazem, e fiz isto porque os leigos chamam tudo isto de politica.